terça-feira, 9 de abril de 2013

Bubo e restantes implicados correm risco de prisão perpétua.


O almirante Bubo Na Tchuto da Guiné-Bissau, que está preso em Nova Iorque, já compareceu perante um juiz que marcou a audiência formal para o próximo dia 15 de Abril. Caso seja considerado culpado por tráfico de cocaína para os Estados Unidos, Na Tchuto poderá ser condenado à prisão perpétua

Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, os dois indivíduos - Papis Djeme e Tchamy Yala - que foram encontrados com ele no barco, e cuja nacionalidade não foi divulgada, também poderão ficar o resto da vida em prisões americanas.
Os três são acusados de “conspirarem para distribuir cinco quilos ou mais de cocaína, sabendo ou tendo a intenção de exportar a cocaína para os Estados Unidos”. Ao abrigo da lei americana, a pena máxima para este tipo de crime é prisão perpétua.

Ainda de acordo com Departamento de Justiça há outros quatro presos envolvidos no mesmo processo. Trata-se de Manuel Mamadi Mane (Quecutó) ouvido hoje (09/04/2013), confessando ter prometido no encontro do dia 23/09/2012 com a equipa disfarçada, que ia falar com Serifo Nhamadjo para eventuais facilidades no trafico de armas destinados aos rebeldes de Forças Armadas de Colômbia (FAC) e Saliu Sisse, cuja nacionalidade também não foi identificada e que foram detidos num país não identificado da África Ocidental. Os outros são Rafael Garavito-Garcia e Gustavo Perez-Garcia, ambos colombianos, que devem ser extraditados para os EUA e ali serem formalmente indiciados. Todos são acusados de “narco-terrorismo, tráfico de cocaína e de conspiração para fornecer apoio material e recursos a uma organização terrorista internacional”.

Ligação com as FARC

Para a justiça norte-americana, os acusados preparavam uma rede para usar a Guiné-Bissau como ponto de passagem de "várias toneladas" de cocaína que seria vendida nos Estados Unidos, em benefício das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) - classificado pelos EUA como grupo terrorista.


A táctica desta rede de tráfico internacional de drogas foi descoberta através de uma missão secreta montada em Bissau em Junho de 2012, por elementos da Divisão Especial de Operações da Drug Enforcement Agency (DEA), que se apresentaram como representantes das FARC.

A missão revelou a cumplicidade entre Bubo Na Tchuto, o actual chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Indjai, e as FARC. Na Tchuto terá ajudado Indjai a consolidar o poder, depois de este o libertar na sequência de mais uma acção militar.

Indjai impôs algumas condições para permitir a passagem de droga e armas pelo país, escondida em caixas de uniformes militares, com destino ao EUA. Outra parte seria entregue, em troca de favores, a responsáveis do poder guineense - no caso Bubo Na Tchuto -, que cobrava um milhão de dólares (cerca de 800 mil euros) por cada tonelada.
Público - 09 de Abril de 2013

1 comentário:

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