quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Fecho da fronteira da Guiné-Bissau é único meio de controlo

O infeciologista Jaime Nina considera positiva a decisão da Guiné-Bissau de fechar a fronteiras com a Guiné-Conacri, por ser a única maneira de controlar a entrada do vírus Ébola num país onde o seu aparecimento seria uma "desgraça".
O primeiro-ministro da Guiné-Bissau anunciou na terça-feira um Programa de Emergência Sanitária que inclui o encerramento das fronteiras com a Guiné-Conacri e a proibição de aglomerações de pessoas para prevenir a entrada do vírus Ébola no país.


Segundo Jaime Nina, esta medida "não parece assim tão disparatada" para um país que consta da lista dos 20 mais pobres do mundo (o único de língua portuguesa), onde poucas coisas funcionam, não há meios nem especialistas.

"Uma das poucas coisas que funcionam na Guiné-Bissau são os militares. Fechar as fronteiras é pôr os militares dentro do assunto", afirmou à Lusa, considerando que sempre é uma forma de haver um certo controlo e é uma medida preventiva.

Para Jaime Nina, esta é uma "medida de desespero de causa", de um país que "não tem possibilidade de rastrear nem de fazer quarentena".

A título de exemplo, o médico lembrou que recentemente a maternidade esteve três meses sem água, algo "impensável num país europeu" e que diz tudo acerca da falta de meios, e até sanitários, ao nível da saúde.

"Apesar dos riscos [que vão continuar a haver], a única medida possível é fechar a fronteira, porque atualmente não existe qualquer controlo e a circulação de pessoas entre países é completamente fluída".

O especialista em medicina tropical não tem dúvidas de que se o vírus do ébola entrasse na Guiné-Bissau "seria uma desgraça tão grande como nos outros países".

No entanto, Jaime Nina salienta que não há casos de Ébola nas zonas da Guiné-Conacri que fazem fronteira com a Guiné-Bissau, o que torna menos premente o isolamento das fronteiras, mas "é uma medida preventiva e dá mais sensação de segurança à população".
RFI 13 de Agosto de 2014

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