Agressores de Luís Vaz Martins "filmaram" todo ato de agressão
Horas após o rapto e espancamento do advogado e analista político, Luís Vaz Martins, começam a surgir relatos sobre como o ex-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) terá sido tratado pelos seus agressores.
Numa nota em que manifesta a sua "revolta" e "indignação", a LGDH recontou o que ouviu de Luís Vaz Martins, explicando que, enquanto era espancado, o jurista era, ao mesmo tempo, filmado pelos agressores.
"Segundo o seu relato [de Luís Vaz Martins], enquanto era espancado, um dos agressores filmava o ataque, evidenciando o modus operandis de um esquadrão de rapto e tortura ao serviço do regime autoritário que hoje governa a Guiné-Bissau", explicou a Liga num comunicado carregado de revolta.
"Estes grupos atuam com total impunidade, espalhando medo, terror e censura, num padrão sistemático de perseguição contra opositores políticos, jornalistas, ativistas e defensores dos direitos humanos", acrescentou a organização.
Prosseguindo com as explicações sobre o tratamento "desumano" de Luís Vaz Martins, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, que chegou a ser dirigida pelo advogado, revelou que, em dado momento, o analista político ficou "inconsciente", por força da tortura.
No entanto, a organização dos direitos humanos tranquiliza os cidadãos sobre a atual situação de Luís Vaz Martins.
"Em consequência da violência extrema, o Dr. Luís Vaz Martins ficou inconsciente e foi abandonado pelos agressores. Ele já foi assistido no estabelecimento clínico apropriado e encontra-se atualmente na sua residência a descansar", tranquila a nota.
A LGDH afirma que este ataque não é um episódio isolado, lembrando ainda que Luís Vaz Martins já havia sido vítima de "tentativas de agressão", por três vezes, "pelo facto de exercer a sua liberdade de expressão, defender os direitos humanos e lutar pela justiça".
Para a Liga, a Guiné-Bissau vive hoje num clima de medo, repressão e censura, em que a violência se tornou "instrumento de poder", e o silêncio das instituições prova a trágica degradação democrática que o país atravessa.
"Este atentado ocorre num contexto pré-eleitoral extremamente delicado, em que se esperava que o Estado garantisse liberdade, transparência e pluralismo. Em vez disso, o regime escolhe o caminho da força, perseguição e terror", denunciou.
A Liga Guineense dos Direitos Humanos exige a abertura imediata de uma "investigação independente", rigorosa e imparcial, com vista a identificação e responsabilização exemplar dos autores materiais e morais "deste ato criminoso".
Por CFM
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