quinta-feira, 14 de abril de 2016

Segundo ano após eleições com 3º governo quase a cair

Guiné-Bissau, assinala hoje 14, o segundo ano após as eleições gerais que anteviam uma fase promissora de estabilidade e desenvolvimento, mas com um cenário que demonstra a possibilidade da queda do terceiro governo da mesma legislatura a todo o momento.

As promessas eleitorais entoadas na campanha para a conquista de votos e a confiança das figuras eleitas inspirou um delírio. Mas, ao contrário, o país atravessa agora uma das fases mais críticas da sua história democrática, derivado do conflito político e institucional entre o Presidente José Mário Vaz e o PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira.

Muitos que votaram no dia 14 de Abril de 2014, pondo fim ao período de transição, manifestam-se agora revoltados com facto das suas esperanças ficarem adiadas com a actual situação do país.

Pior é que, precisamente neste momento, vários observadores em Bissau acreditam estar para breve a queda do governo de Carlos Correia (PAIGC) e já se aventa a possibilidade de tal ocorrer já esta quinta-feira, 14 se o discurso de PR tivesse lugar conforme era previsto extraordinariamente na ANP. É essa, também foi a previsão do Africa Monitor, que na sua última edição avança exactamente dia 14 no parlamento para a queda do governo.


Prevê-se, ainda, que o próximo executivo da Guiné-Bissau venha a receber o apoio do Partido da Renovação Social (PRS), de dissidentes do PAIGC e de personalidades ligadas ao Presidente da República, José Mário Vaz.

A análise do "Africa Monitor" coincide com a opinião da maioria dos observadores em Bissau, que apontam José Mário Vaz como o inspirador de mais uma mudança de executivo. E há relatos de que o PR se tem desdobrado em reuniões com vários setores políticos.

A iminente queda do governo de Carlos Correia decorre de um acórdão do Supremo Tribunal, com data de 4 de Abril, onde se determina que os 15 deputados do PAIGC, que se rebelaram contra a direção do partido e pediram o estatuto de independentes, regressem ao Parlamento.

A decisão do tribunal aconteceu após um recurso interposto pelos deputados que foram expulsos do Parlamento com a alegação que o regimento da Assembleia Nacional não admitia o estatuto de independente.


Com o regresso dos parlamentares dissidentes e a convocação do plenário para dia 14, que agora passou para dia 19, o mais provável é que uma moção de censura para provocar a queda do governo do PAIGC. E, nesse sentido, o PR já “mexe os cordelinhos” para se encontrar uma outra solução decorrente da nova maioria parlamentar (PRS e dissidentes do PAIGC)

Um cenário que está ser desenhado, mas que certamente constituirá mais um barril de pólvora e com chamas constantemente a arder, onde a preocupação de pagar o fogo será o trabalho único que acompanhara o resto da legislatura e o mandato presidencial.
Rispito.com/VOA/AM/CV-Direto, 14/04/2016

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