quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Adama Barrow adia o regresso à Gâmbia

A Gâmbia aguarda o anúncio de uma data para o regresso do Presidente Adama Barrow, que exige garantias de segurança e a continuidade da operação militar do bloco regional da África Ocidental mesmo com o exílio de Yahya Jammeh, acusado de esvaziar os cofres do Estado.
Adama Barrow, acolhido no Senegal a pedido da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), diz não haver  condições de segurança para regressar, segundo o seu conselheiro.
“A segurança na Gâmbia continua frágil. Esperamos por uma declaração pública dos chefes de serviços de segurança sobre o seu compromisso de fidelidade com a República e a Constituição, e de lealdade ao Chefe de Estado”, disse Mai Fatty, referindo-se ao Exército, Polícia e a Agência Nacional de Inteligência.
O chefe do Exército lembrou que prometeu lealdade a Adama Barrow no dia da sua investidura.
“Prestamos lealdade na televisão nacional”, recordou Ousman Badjie, citando a declaração, proferida na semana passada, do Conselho de Segurança Nacional integrado por si, o chefe da polícia, Yankuba Sonko, e das alfândegas, Momat Cham.
Numa declaração lida em seu nome por Mai Fatty, o Presidente Adama Barrow recomenda que o contingente da CEDEAO “continue na Gâmbia até que a situação geral no plano de segurança seja globalmente restabelecida”. A sua posição é divulgada numa altura em que muitos gambianos que fugiram para a Guiné-Bissau nas últimas semanas começam a regressar a casa após a crise pós-eleitoral, confirmaram a ONU e o Governo guineense, que até o fim de semana recebeu  mais de 7 mil gambianos.
Segundo a ONU, o movimento segue-se à chegada de mais de mil pessoas por dia na semana passada e  uma comissão conjunta das Nações Unidas e Bissau presta assistência a milhares de pessoas na cidade de São Domingos, o maior ponto de chegada de gambianos. 
No pico das entradas, as autoridades chegaram a prever a entrada de 10 mil gambianos em semanas. Nessa altura, entravam cerca de  mil pessoas por dia da Gâmbia para a Guiné-Bissau.

O coordenador humanitário da ONU para o Sahel elogiou o que chamou de diplomacia preventiva, que resultou na solução da crise pós-eleitoral na Gâmbia.
Na sede da ONU em Nova Iorque, Toby Lanzer disse que o trabalho conjunto da ONU, CEDEAO e União Africana foi bem-sucedido para resolver a crise pós-eleitoral e evitou uma crise humanitária.
Em apenas uma semana, 7 mil gambianos fugiram para a Guiné-Bissau por causa da crise, e 35 mil pessoas cruzaram a fronteira com Senegal, afirmou. “Estas pessoas agora, estão de volta à Gâmbia. E a comunidade humanitária está aliviada pelo facto de mais uma crise ter sido evitada”, acrescentou.
Na Gâmbia, a CEDEAO tenta restabelecer a segurança para o regresso ao país do presidente Adama Barrow, actualmente no Senegal.
O Palácio presidencial gambiano está sob controlo das tropas da CEDEAO, que foram bem recebidas pela população e militares. 
O bloco regional da África Ocidental tenta negociar com tropas leais a Yahya Jammeh para evitar qualquer derramamento de sangue.

Entretanto, um assessor do novo Presidente gambiano disse à BBC que mais de 10,5 milhões de euros desapareceram dos cofres públicos após a partida do antigo Presidente Yahya Jammeh para o exílio, após 22 anos no poder.
Mai Ahmad Fatty, o assessor do Presidente Adama Barrow, acrescentou que peritos em finanças estão a tentar avaliar a quantia exacta em falta e que as contas públicas da Gâmbia estão em muito mau estado.
 “Os cofres estão virtualmente vazios. (...) Isto já foi confirmado pelos técnicos do Ministério das Finanças e do Banco Central da Gâmbia”, realçou. 
Nas duas últimas semanas, prosseguiu, Yahya Jammeh levou quase 500 milhões de dalasis (10,555 milhões de euros). “É muito dinheiro. Nós gastamos cerca de 200 milhões de dalasis em salários dos funcionários públicos”. 
Os responsáveis do principal aeroporto da Gâmbia têm ordens para não deixar sair do país quaisquer objectos do antigo Presidente.
Rispito.com/Jornal de Angola, 25-01-2017

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