Golpe de Estado na Guiné-Bissau "passou à reforma", diz Chefe das Forças Armadas
Biaguê Na Ntan, exortou, este sábado (16.11), o Governo a confiar nos soldados do país e assegurou que os militares estão hoje submetidos à Constituição, pelo que nunca mais irão realizar golpes de Estado.
Falando nas cerimónias evocativas do dia das Forças Armadas guineenses, que se assinala este sábado (16.11), o general Biaguê Na Ntan defendeu, perante elementos do Governo e do corpo diplomático, que o golpe de Estado "passou à reforma" na Guiné-Bissau.
"Vamos respeitar a Constituição da República, submetermo-nos ao poder político. Posso-vos garantir, tranquilizem o povo da Guiné-Bissau: A partir de nenhum militar vai sair à rua para fazer golpe de Estado", disse o general Na Ntan.
As últimas semanas no país, que terá eleições presidenciais a 24 de novembro, foram marcadas por tensões políticas, com o Presidente em funções a ter nomeado um novo governo, contra a vontade do executivo em funções e da comunidade internacional. Governo este que, entretanto, se demitiu.
Nessa disputa, as forças militares guineenses mantiveram-se neutrais e não forçaram a imposição do novo governo, apesar de nomeado pelo líder supremo das Forças Armadas.
O responsável militar guineense salientou que as suas palavras também se dirigem à comunidade internacional, nomeadamente aos elementos das Nações Unidas e da força de manutenção de paz da África Ocidental (Ecomib), estacionada na Guiné-Bissau desde 2012, na sequência de um golpe de militar.
"As Forças Armadas da Guiné-Bissau não se vão envolver na política e nem estão interessadas em fazer golpe", sublinhou o general.
Militares disponíveis para ajudar nas eleições
Biaguê Na Ntan frisou que os militares, se forem solicitados pelo Governo, para, juntamente com a polícia, estão disponíveis para assegurar o normal funcionamento das eleições presidenciais, do próximo dia 24. Caso contrário, vão-se manter nas suas casernas, disse.
Dirigindo-se especificamente ao ministro da Defesa, Luís de Melo, presente na cerimónia, no Quartel-General, em Bissau, o general guineense pediu ao Governo que confie nos militares do país, ao invés nos de outros países.
A Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) está a ponderar o reforço, na Guiné-Bissau, de cerca de dois mil militares da Ecomib, no âmbito da segurança das eleições presidenciais. Atualmente aquela força tem cerca de 600 soldados em território guineense.
No seu discurso em crioulo, o chefe das Forças Armadas guineenses esclareceu ainda que o reforço que se fala, a acontecer, será apenas ao nível da polícia e não de militares, mas lembrou que a Guiné-Bissau faz parte da CEDEAO e o próprio tem assento na cimeira de lideres militares daquela comunidade.
Segundo o líder militar, foram as Forças Armadas guineenses que libertaram a Guiné-Bissau da colonização, pelo que não pode haver desconfiança no seu desempenho.
Rispito.com/DW, 17/11/219
Sem comentários:
Enviar um comentário
ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público