quarta-feira, 10 de abril de 2013

Cadogo faz balanço de um ano penoso e agradece Portugal Angola e CPLP

Um ano depois de um golpe de Estado militar o ter deposto quando era o candidato presidencial favorito, o ex-primeiro-ministro da Guiné-Bissau Carlos Gomes Júnior agradece o apoio de Portugal e da comunidade lusófona, apesar de um período "muito penoso".

"O balanço de um ano [de golpe de Estado] para mim é muito penoso, para quem está habituado a trabalhar. É um período difícil para mim e para a minha família e todos os companheiros que me acompanharam", disse, em entrevista à agência Lusa em Lisboa.

Gomes Júnior, que quer ser o candidato presidencial do PAIGC nas próximas eleições, embora tenha saído da corrida à liderança do partido, reivindicou o sucesso da sua acção governativa, até ser interrompido pelo golpe conduzido pelo general António Indjai, alvo de sanções do Conselho de Segurança da ONU.

O ex-primeiro-ministro recordou os acordos internacionais, em particular o perdão da dívida, que deram "novo alento" a um Estado estrangulado pelo serviço da dívida, e os acordos com o governo de Angola para apoio financeiro e projectos de investimento, além de reforma do aparelho militar do país.

"Não se pode falar do desenvolvimento económico sem ter garantias claras de estabilidade nas Forças Armadas e de segurança", disse à Lusa.
Os autores do golpe justificaram a acção militar com a necessidade de conter a influência de Angola no país.

Um ano depois, Gomes Júnior agradeceu o "apoio incondicional" que tem sido dado por Portugal, Angola e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

"A solidariedade que sempre patentearam e disponibilizaram durante a nossa permanência aqui é muito importante", disse.

Cauteloso, o ex-primeiro ministro escusa-se a aplaudir a detenção por forças norte-americanas do almirante Bubo Na Tchuto, considerado pelos Estados Unidos como um barão do tráfico de droga no país.
"Pensamos que vamos continuar a beneficiar do apoio e compreensão dos nossos parceiros de desenvolvimento", afirmou, em relação à detenção.

Carlos Gomes Júnior defendeu ainda a viabilidade de projectos de investimento que o golpe travou, tal como o do Porto de Buba, promovido por investidores angolanos, que iria criar "mais de 300 postos trabalho", além de linhas de caminho-de-ferro para a Guiné-Conacri, Senegal e Mali, dando "nova dinâmica no sul do país", e ainda a exploração de bauxite.
"A Guiné-Bissau não é um país falhado, é um país com recursos enormes", afirmou
Lusa - 10 de Abril de 2013

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público