terça-feira, 21 de outubro de 2014

Ébola: estudantes guineenses na Rússia estigmatisados
Cidade de Oriol - Russia
O grupo de estudantes oriundos da Guiné-Bissau em Oriol, na Rússia, obteve hoje um desmentido oficial em relação às acusações de que eram portadores do vírus do ébola, os estudantes regressam amanhã às aulas, mas o clima de medo e tensão em que vivem não se atenua.

A Guiné-Bissau não registou nenhum caso de ébola, e em prevenção encerrou a sua fronteira comum com a Guiné-Conacry, um dos 3 países mais atingidos na África Ocidental com a Serra Leoa e a Libéria, uma epidemia que já causou mais de 4500 vítimas mortais.

Um grupo de 15 estudantes bolseiros guineenses chegou na passada terça-feira (14/10) a Oriol, depois de ter saído de Bissau, com escalas no Senegal e Marrocos, um deles tinha uma febre ligeira, mas foi imediatamente hospitalisado e isolado por suspeita de ébola, o que levou à desinfecção do centro estudantil, onde residem os 65 estudantes guineenses, num universo de 150 estudantes africanos nessa localidade russa, situada a cerca de 400 kms de Moscovo.

A realização de um teste clínico ainda na terça-feira, permitiu afastar a hipótese de presença do vírus do ébola, mas os estudantes receberam ameaças de morte, pelo que decidiram permanecer até  (20/10) na sua residência estudantil. 

Mas nesta 2ª feira (20/10/14) as autoridades de Oriol desmentiram oficialmente através da rádio e televisão a presença do vírus do ébola no seio do grupo de estudantes guineenses, e ameaçam expulsar da universidade todos os autores de actos de racismo.

O guineense Siciliano Elísio Mendes Barbosa, presidente da Associação dos Estudantes Guineenses na Rússia, admite que o racismo e a discriminação de que os africanos são alvo vai continuar apesar destas ameaças, apela à vigilância e aconselha os estudantes africanos a não sairem à rua sózinhos.
RFI, 20 de Outubro de 2014

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público