terça-feira, 4 de novembro de 2014

Equipa portuguesa vai ajudar a Guiné-Bissau a combater o ébola ainda este mês

A Guiné-Bissau já formalizou, através de uma carta, o pedido para que o Governo português envie para aquele país uma equipa de profissionais de saúde especialmente treinados para ajudar no combate ao ébola. A informação foi avançada ao PÚBLICO pela ministra da Saúde guineense, que garantiu que “durante este mês de Novembro já vai haver uma equipa a instalar-se na Guiné”.


Valentina Mendes, à margem de uma apresentação de um relatório sobre a diabetes em Portugal, confirmou que “a carta já está no gabinete do senhor ministro da Saúde”. Acompanhada pelo director-geral da Saúde, Francisco George, a ministra da Guiné-Bissau acrescentou que pediram “uma equipa que vai criar um hospital de campanha nesta fase de prevenção do ébola”, assegurando, contudo, que a situação do país permanece “controlada” e livre de casos de infecção por este vírus que está a afectar sobretudo a África Ocidental, com focos de infecção na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa.

“Ao mesmo tempo pedimos também uma equipa de emergência médica e já estivemos com o senhor presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e, na semana que vem, o presidente estará em Bissau para finalizarmos um protocolo de acordo”, afirmou Valentina Mendes. “A equipa terá médicos, técnicos e enfermeiros e o presidente do INEM disse que também vai levar cirurgiões que podem até operar os doentes que vamos ter”, completou a ministra, dizendo ainda que a missão inclui apoio de “materiais de limpeza e desinfecção” e “medicamentos e outros aparelhos”.

A base de retaguarda portuguesa deverá funcionar no Hospital Militar de Bissau. A ideia é que a equipa portuguesa complemente um centro de tratamento e isolamento que as autoridades guineenses estão a preparar. O apoio português poderá ser dado tanto ao nível das análises laboratoriais como do tratamento de doentes ou mesmo da formação de outros profissionais para algumas medidas preventivas, como vestir e despir o equipamento de protecção.

Por seu lado, Francisco George disse que, no total, há “30 especialistas preparados que vão ser enquadrados pelas Nações Unidas. E é nesta perspectiva triangular, dos governos da Guiné-Bissau e de Portugal e das Nações Unidas, que será organizada em conjunto a missão”. Porém, o director-geral da Saúde não precisou quantos profissionais vão integrar a missão nesta fase inicial.

Risco para Portugal aumenta se ébola chegar a Bissau
Antes, após uma visita com o presidente do INEM a Bissau, George já tinha explicado que qualquer missão seria sempre composta por profissionais que já tiveram experiência em cenários africanos com problemas semelhantes. Reconheceu também que se o ébola chegar à Guiné-Bissau “o risco para Portugal sobe”, pelo que, ao apoiar os trabalhos de controlo da epidemia ajuda-se a combater o problema no foco e, por consequência, “a reduzir o risco para os outros países”.

A redução de risco para Portugal tem sido minimizada pelo facto de a TAP não estar a fazer ligações directas de Portugal para Bissau, não sendo previsível que a rota seja retomada antes de Dezembro. Aliás, a ministra da Saúde guineense disse que demorou mais de 12 horas a chegar a Lisboa, via Marrocos, mas adiantou que uma outra companhia aérea, a Euro Atlantic, vai em breve assegurar ligações directas.

As últimas estimativas da Organização Mundial de Saúde apontam para que o vírus do ébola já tenha matado quase cinco mil pessoas e infectado mais de 13 mil em oito países, entre os quais se contabilizam os casos secundários diagnosticados nos Estados Unidos e em Espanha entre profissionais de saúde que contactaram com doentes infectados pelo vírus.
Publico, 04 de Novembro de 2014

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