sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Entrevista com Secretario de Estado da Cooperação Internacional e das Comunidades da Guiné-Bissau

Idelfrides Manuel Gomes Fernandes é o Secretário de Estado da Cooperação Internacional e das Comunidades da Guiné-Bissau, o convidado ao espaço Rispito.com e a Radio Rispito Online para mais uma  entrevista e o partilhar das ideias, dos projetos e um pouco do que norteia a área de Cooperação internacional, mas sobretudo no que toca a questão das Comunidades conforme podem ler a seguir

Samba Bari (SB) - Sei que o senhor está aqui em Londres para um encontro com a comunidade guineense  e que certamente deve estar com algo muito importante para nos falar... 
Pode-nos contar aqui os aspectos mais pertinentes do encontro com a nossa comunidade?

Idelfrides Gomes Fernandes (IGF) - Agradeço essa oportunidade de estar a falar ao espaço Rispito.com e em direto a Radio Rispito Online, ainda de forma muito especial destacar a sua personalidade.
Para responder  a sua questão, começo por dizer que de facto, esse governo tem objectivos traçados em todos os aspectos de vida, dos quais está em luta séria para atingir. No que respeita a área de Cooperação Internacional e comunidades, onde eu sou o Secretario de Estado, o governo destaca a necessidade premente de contar com a comunidade guineense espalhada na Diáspora neste grande projeto de meter a mão na lama para a construção da grande Nação guineense.
Nesta base, cá estou neste momento para reunir com a nossa comunidade londrina, porque temos uma preocupação centrada em estar lado a lado com toda a comunidade e não deixar a nossa Diáspora desprotegida. Por isso, estou em deslocações de contacto, de chegar em vários pontos e junto a comunidade, para auscultação e recolha das preocupações mais prioritárias da comunidade espalhada nesta grande Diáspora.

(SB) - Já conseguiu reunir com a comunidade em Londres, como foi esse encontro?

(IGF) - Sim, consegui reunir com a comunidade em Londres, estou contente por ter ganho a oportunidade de poder transmitir toda a politica do governo em relação a questão de migração, conseguir ouvir e recolher algumas preocupações levantadas.

(SB) - Ouvimos o pedido da Sua Exª. Sr Presidente da Republica doe amiogrante fazerem as malas e voltar, mas como isso requer algo mais do que um simples pedido em fala, o que está a ser feito neste aspecto?

(IGF) - Precisamente, essa preocupação do senhor Presidente da Republica é também coincidente com a do Primeiro Ministro, ou seja, de criarmos as condições básicas ou mínimas, para garantirmos um certo estimulo de fazer voltar os cidadão emigrantes interessados de regressar.
Temos um programa de Instituto de Comunidade na Direção Geral de Comunidades que é um programa que trata só de ajudar o cidadão interessado, principalmente os quadros, em como regressar.
É um programa que já teve inicio baseado no apoio de OIM  (Organização Internacional de Migração) e que interrompeu, mas agora temos relação  com PNUD que nos vai apoiar em muito nessa tão necessária captação e regresso definitivo sobretudo de quadros importantes

(SB) - Se isso for o caso concreto acho que Guiné-Bissau estará repleto dos seus cidadãos... Porque há muitas pessoas interessadas, mas isso pende muita despesa para os cofres do estado. Mas como isso está a ser levado a cabo?

(IGF) - Precisamente ai está a nossa preocupação, pois temos a consciência de que as pessoas pretendem voltar mas não têm meios para isso. Daí que já temos parceiros internacionais no sentido de darem apoio nomeadamente na bilhete de passagem, cargas e também um pequeno apoio em termos de dinheiro para que os regressados possam aguentar as primeiras fases da sua reintegração no país.
Por isso mesmo, já que a cidade de Londres agora alberga maior numero de imigrantes vindos de muitos outros países atualmente em crise, estamos a projectar instalar ai uma representação diplomática para poder dar cobertura as demais demandas da nossa Comunidade. Não podendo falar nesta primeira fase de uma Embaixada porque carreta muita dispersa, mas pelo menos um Consulado Geral que consegue fazer tratamento e emissão de todos os documentos necessários, assim como demais situações que permite o governo estar muito bem sintonizada com a Comunidade. 
Voltando a necessidade de querer voltar e não poder voltar, é o ponto fundamental onde estamos a centrar mais a prioridade quanto aos cidadãos imigrantes. E na criação de condições mínimas que a pouco referi, contempla um projeto de mil casas destinadas só para receber os cidadãos regressados, com uma despesa de renda irrisório. 
Em termos de saúde, o governo está a contar criar um centro diagnostico de referencia, criação de centro de hemodiálise. Porque a questão de hemodiálise é um grande factor de aprisionamento de muitos na Diáspora porque o pais não tem capacidade de responder as necessidades da exigência sanitária de muitos neste aspecto.
Em termos de agricultura, já é de conhecimento de todos de que o lema é de meter a mão na lama para podermos produzir o nosso auto-sustento necessário.
Portanto, tal como disse, a minha digressão iniciou aqui, mas é para continuar em todos os pontos de grandes concentrações da nossa comunidade.

(SB) - Tudo o que me acaba de dizer é um projeto de curto, médio ou longo prazo?

(IGF) - É um processo de curto prazo

(SB) - Tens microfone ao seu dispor para ultimas palavras

(IGF) - As minhas ultimas palavras é de apelo para que  todos os cidadãos tenham o espirito de voltarem ao país desde momento que esteja criada as mínimas condições, para que cada um de nós possa fazer parte nesse grande projeto em curso chamado Guiné-Bissau.
Peço a união de todos os guineenses e junção de ideias para desatarmos todos os obstáculos que nos impede atingir o almejado desenvolvimento.
Para terminar, não podia deixar de renovar os meus mais profundos agradecimentos, mais uma vez, Rispito.com e a Radio Rispito Online, pelo serviço publico de qualidade que tem levado a cabo junto as nossas compatriotas em toda a parte do mundo.
Muito obrigado

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