“CARTA ABERTA – À NAÇÃO DE AMÍLCAR LOPES CABRAL”
Prezados/as,
Papa Sufre Fernando Quadé |
Sirvo-me
do presente para demonstrar a minha indignação em relação aos últimos
acontecimentos da atual situação política vigente no país. Não obstante,
afirmação do Premiê Úmaro Sissoco Embaló de ser vítima de hostilização das
manifestaçõesno país, organizado pelo Movimento Cidadãos Conscientes e
Inconformados em convergência com o Movimento Cidadãos do Mundo,
que levou a detenção de alguns dos manifestantes, provocando as reaçõesno plano
nacional e internacional, e, aproveitando dessas reações que nos chegam de
diferentes cantos do mundo, eu, na qualidade de cidadão nacional, faço também
chegar a minha preocupação e indignação com aquilo que considero de uma ameaça
a construção de um Estado de Direito e Democrático.
A
semelhança daqueles que almejam a unidade nacional, paz e desenvolvimento para
todos os filhos/filhas da Guiné-Bissau, também faço parte. Por isso, sinto-me
no dever de expressar e dar as minhas contribuições enquanto guineense nato.
Estou
ciente de que muitos não vão concordar comigo, mas peço perdão àqueles que não
concordarem com a minha opinião, simplesmente por estarmos numEstado
de Direito e Democrático, mas que muitos ainda não levam em
consideração os princípios que norteiam a democracia, outrossim, espero que me
compreendam e respeitem a minha opinião, como também faço a questão respeitar a
vossa.
Estou
apenas usufruindo da Constituição da
República da Guiné-Bissau – Carta Magna, Cf. In: TÍTULO II – Dos
Direitos, Liberdades, Garantias e Deveres Fundamentais (Art.OS24º
a 58º).
A
luz da Carta Magna, todos os cidadãos têm direito à liberdade de
imprensa, senão vejamos:
Art.º
56º
1 É
garantida a liberdade de imprensa.
Por
esta razão, convido a todos/as, a uma profunda reflexão e fazerem jus a Carta Magna – Constituição da República da
Guiné-Bissau em relação as declarações do Sr. Premiê Úmaro Sissoco Embaló, para
com o objetivo de tirarmos as nossas ilações dos assuntos ligados a vida política
do país.
Neste
sentido, chamo atenção da Comunidade Nacional e Internacional, os Partidos Políticos
com e sem assentos parlamentares, Comunidade Religiosa e o Poder Tradicional
pela necessidade de analisarmos o plasmado na nossa Carta Magna – Constituição da
República da Guiné-Bissau, sendo que, o país corre o risco de entrar
num “beco
sem saída” se as medidas não forem tomadas no determinado tempo e as
consequências que delas hão de vir, é o povo quem pagará as faturas políticas,
tal como já temos muitas provas.
Com
essa preocupação, e, observando a Carta Magna, chego uma conclusão:
A
Guiné-Bissau é uma República soberana, democrática, laica e unitária. Cf.:Carta
Magna – Constituição da República da Guiné-Bissau. TÍTULO I (Art.º
1).
Então,
se assim for, que o Premiê Úmaro Sissoco Embaló seja responsabilizado da sua
afirmação e que apresente provas que sustentam a sua tese enquanto homem do Estadoe
que ocupa um cargo público com “status”de relevância, porque isso é
um crime àNação.
E,
com a mesma preocupação, com os olhos fixos na nossa Constituição, aprovada em 27 de Novembro de 1996. Promulgada a 4 de
Dezembro de 1996, faço questão de colocar em pauta os seguintes:
Art.º
6ºda
Constituição da República da Guiné-Bissau
1 Na
República da Guiné-Bissau existe separação entre o Estado e as instituições
religiosas.
O
Estado respeita e protege confissões religiosas reconhecidas legalmente. A
atividade dessas confissões e o exercício do culto sujeitam-se à lei.
Em
vista dos argumentos supracitados e extraídos da nossa Carta Magna, peço a
responsabilização do Sr. Premiê Úmaro Sissoco Embaló da sua declaração, tendo
em conta as várias crises já vividas no país e para não corrermos o risco de um
dia cairmos naquilo que são os confrontos tribais.
Apesar
de muitas vezes, chegamos à conclusão de não se imiscuir sobre as situações
vigentes no país, mesmo assim, estamos no dever de expressar. Visto que, se o
país continuar na mão dos políticos sem a nossa intervenção nos momentos indicados,
certamente, seremos nós os culpados da situação, já que todos eles fazem parte
do mesmo saco onde tem feijão “podre”. Desculpem a utilização da
expressão.
A
baderna institucional vigente no país vem demonstrar mais uma vez a necessidade
de protegermos aquilo que nos une –, a nossa guineendade, outrora
conquistada a um custo muito alto. A sua conquista custou vida de muitos
combatentes e que até hoje, cujos filhos/filhas se sentem ainda tristes
ecarregam dores que apenas a Unidade, Luta e Progresso pode-lhes aliviar
enquanto estão a ver a real situação em que os seus pais e mães se encontram
sem um reconhecimento por parte doEstado,
da qual os nossos políticos, apenas da desunião, a luta pelo poder e progresso
pessoal sabem fazer.
Peço
a fé, mas uma fé em Deus e em nós mesmos. Somos a mudança que o país precisa e
podemos fazer a mudança acontecer se descobrirmos a nossa capacidade de mudança
e de melhorar o que há dentro de nós.
Nós,
jovens do século XXI, temos a capacidade de fazer mudanças acontecerem, mas
enquanto fechamos dentro de nós mesmo, a mudança que queremos nunca acontecerá.
Esse é o meu conselho para você que leu até o final deste artigo de opinião.
Que
Deus abençoe a Guiné-Bissau!
Viva
Unidade Nacional!
Por:
Papa Sufre Fernando Quadé - Graduando
em Administração.
OBS: Todas as ideias aqui editadas são da inteira responsabilidade do seu titular (autor)
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