sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Força militar da CEDEAO  pode sair dia 30, ONU e UA querem que continue

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que a Ecomib, força de interposição da organização da África Ocidental, já podia deixar o país, mas que deverá haver uma "solução de permanência".
"Eu não tenho Ecomib na minha casa. Para mim a Ecomib não é uma força de pressão. Por mim, a Ecomib já podia ter ido embora há muito tempo. Tenho confiança nas minhas forças de segurança, são republicanas e já demonstraram isso", afirmou o primeiro-ministro guineense.
Umaro Sissoco Embaló falava aos jornalistas em conferência de imprensa após o seu regresso do Cazaquistão, onde participou no sábado e no domingo na cimeira da Organização de Cooperação Islâmica sobre ciência e tecnologia.

Na mesma linha em declarações aos jornalistas no aeroporto, depois de uma viagem de 48 horas à República do Congo, o Presidente guineense, José Mário Vaz, afirmou que a continuidade ou não da Ecomib não depende só dele. Segundo o Presidente guineense, a questão da presença daquela força de interposição no país é um assunto "normalmente discutido" na conferência de chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
"A decisão é tomada a esse nível", disse, remetendo para mais tarde uma opinião mais concreta.
Related imageA força de interposição militar da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, Ecomib, termina o seu mandato a 30 de setembro, mas a ONU e a União Africana defendem a sua continuidade.
A duas semanas e meia para o final do mandato, nem a CEDEAO, nem as autoridades guineenses indicaram ainda se aquela força vai continuar ou não no país.
"Não tenho de me opor nem à estadia, nem à saída da Ecomib, mas de qualquer forma, penso que haverá uma solução de permanência da Ecomib cá", disse.
O primeiro-ministro guineense sublinhou a sua confiança nas forças do país e afirmou que "não haverá mais golpes" na Guiné-Bissau.

A Ecomib foi enviada para a Guiné-Bissau para garantir a segurança dos titulares dos órgãos de soberania, na sequência do último golpe militar ocorrido no país lusófono, em abril de 2012.
A CEDEAO tem destacada em Bissau uma força militar composta por militares provenientes do Senegal, Togo, Burkina-Faso e Nigéria.

O acordo entre a CEDEAO e a Guiné-Bissau para o envio daquela força foi assinado em novembro de 2012 com um mandato de seis meses, que tem sido consecutivamente renovado por igual período de tempo nas cimeiras de chefes de Estado e de Governo daquela organização da África Ocidental.
Mas, na última reunião dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada em junho na Libéria, a presença da Ecomib na Guiné-Bissau só foi prolongada por três meses, até setembro, e até ao momento a CEDEAO ainda não anunciou qualquer tomada de posição sobre o assunto.
Rispito.com/Lusa, 15-09-2017

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