sábado, 10 de março de 2018

UM OLHAR SOBRE O SISTEMA FISCAL GUINEENSE

Qualquer país pretende que o seu sistema fiscal seja adjetivado de “ideal”ou“ótimo”. Além disso,qualquer sistema fiscal pretende reunir um conjunto de características essenciais,com a preocupação de assegurar que o sacrifício exigido aos contribuintes seja justo e equitativo.

A Guiné-Bissau pode melhorar substancialmente as suasfinanças públicas apostando seriamente na gestão tributária que passa pela cobrança eficiente dos impostos.

Um imposto é uma quantia exigida pelo Estado aos contribuintes, pessoas e empresas, para fazer face às suas despesas e garantir a funcionalidade dos serviços públicos e coletivos,que corresponde a um dever da cidadania.

O imposto é um meio privilegiado de política económica e social pois permite a adopção de medidas de protecção de indústrias nacionais e de atração do investimento,bem como a redistribuição de riqueza entre os mais ricos e os mais pobres.

O sistema fiscal guineense apresenta uma estrutura cedular com vários impostos, a saber:
  • ContribuiçãoIndustrial
  • ContribuiçãoPredial Urbana
  • IGV
  • Imposto de Capital
  • Sisa
  • ImpostoProfissional
Faltando ainda implementar o Imposto de Circulação.

Os dois impostos ‘’Contribuição Industrial e “IGV” são os que contribuem mais para os cofres da Direção-Geral de Contribuições e Impostos (DGCI).

O Governo não pode melhorar as condições de vida das populações,nomeadamente os serviços de saúde, a educação, o emprego, a segurança, a construção de novas infraestruturas como estradas,pontes e outros sectores, se os cidadãos não cumprirem com as suas obrigações ao nível do pagamento dos impostos.

A União Europeia acaba de criar três novos impostos, a saber :
  • Imposto sobre as Plataformas Digitais, ou seja,sobre a Economia Digital
  • Imposto sobre as Empresas Poluentes
  • Imposto sobre as Transações Financeiras Internacionais
Não seria pertinente que incluíssemos estes impostos no nosso sistema fiscal para ajudar a melhorar a nossa economia e as nossas finanças públicas?

Que os agentes económicos (famílias,empresas, etc.) cumpramcom o pagamento dos impostos,pelo usufruto dos serviços disponíveis para que os direitos sejam garantidos com a qualidade desejada. O contributo de cada agente económico permite obter maior arrecadação de receitas para realização de mais investimentos públicos.



Em nossa opinião, o executivo deve levar a cabouma reforma tributária,actualizando as leis e a organização administrativa como principais medidas para o incremento da arrecadação de receitas no país,não obstante a evolução considerável do edifício fiscal guineense registada nos últimos anos.

Por outro lado, precisamos também de mudar de paradigmana relação entre o público e o privado porque apenas poderemos exigir mais das instituições do Estadose formos capazes de ajudar com as nossas contribuições para que essas prestações se reflictam nas atribuições do mesmo Estado.

É preciso que as instituições de direito contribuam neste processo que consideramos urgente, trabalhando no sentidodo aumento da cultura do pagamento de impostos.

O Estado limita-se a gerir os recursos,distribuir a riqueza e garantir serviços essenciais.Os impostos mais elevados levam a uma maior evasão fiscal.Justamente, na Guiné-Bissau, por causa dessas reações, a relação entre o nível dos impostos e a receita fiscal está longe de ser óbvia. Quem foge aos impostos está a cometer um crime que afecta todos os guineenses,mas também é bom que as receitas sejam revertidas na conta do tesouro público.

Temos consciência de que o comércio ambulante tem um papel importante na actual conjuntura económica da Guiné-Bissau. Mas é preciso que esses agentes económicos paguem impostos e cumpram as suas obrigações para com a sociedade. De outra forma, o Estado está a penalizar duplamente os cumpridores e a beneficiar largamente os incumpridores. E essa situação é injusta e inaceitável, e temos de deixar de lado os princípios de amnistia fiscal.

É preciso que se faça um grande trabalho em termos de campanha de sensibilização para consciencializar as pessoas sobre a importância do pagamento dos impostos. Também é preciso fazer um grande investimento em termos de recursos humanos,técnicos e tecnológicos para que haja uma maior e melhor fiscalização.

A importância do pagamento de impostos é um imperativo nacional que só será viável se se contar com a participação de todos.

Recorda-se que a Guiné-Bissau é um dos países do mundo com mais baixas taxas de pressão fiscal o que significa que há falta de cobrança de imposto e fuga ao fisco. O país tem o mercado informal o que leva a baixa pressão fiscal.

Apresentam-se, a seguir, algumas recomendações que poderão ajudar o nosso sistema fiscal :
  • Implementação do sistema on-line para a declaração e pagamento de imposto
  • Capacitaçãocontínua dos funcionários
  • Incentivos para as empresas que façam os pagamentos mais cedo
  • Extensão do prazo quando o último dia coincide com fins de semana e feriado
  • Criação de postos de cobranças em todos os bairros de Bissau e em todo o país.
Os aforradores não poupam pela consciência social, mas para receberem um retorno atractivo com a sua poupança.
‘’Não sou fiscalista,pura e simplesmente uma contribuição’’
Mestre : Aliu Soares Cassamá
OBS: Todas as ideias aqui transmitidas são da inteirta responsabilidade do seu titular

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público