Analista político retalia contra ministro com espectro de confrontos étnicos
O analista político-jurídico
do programa matinal da Rádio Bombolom FM,
Marcelino Intupé, disse na
tarde desta quarta-feira 14
de Outubro ter sido alvo de
agressões verbais e
tentativas de agressões
físicas por parte de homens
do ministro do Interior
Botche Candé.
Segundo Marcelino Intupé,
que é também Chefe do
Gabinete do 1º vicepresidente da ANP, os seus
agressores justicaram a
acção como uma reacção a
supostos insultos que o
analista profere contra o
ministro nos seus
comentários na Rádio.
Intupé negou ter proferido
insultos contra o ministro,
mas advertiu que, se for
raptado, sequestrado ou
morto, por pertencer ao
grupo étnico balanta,
“nenhum fula [grupo étnico
do ministro] sobreviverá na
Guiné-Bissau”.
Em directo no noticiário
das 14 horas da Rádio
Bombolom FM, o analista
revelou que três elementos
ligados ao Gabinete de
Botche Candé deslocaram-se à sede da ANP, no seu
gabinete, e depois de
algumas discussões
proferiram insultos e
ameaçaram ajustar contas.
“Nunca insultei o Botche
Candé. Se quiserem podem
rever todas as minhas
intervenções. O que é
verdade é que disse que ele
é incompetente para as
funções que está a exercer.
Mas apresentei os meus
fundamentos. Se for a isso
que chamam de insultos, eu
não partilho da mesma
opinião”, começou por
referir Marcelino Intupé.
O jurista disse ainda na sua
intervenção que, quando os
três elementos chegaram
ao seu gabinete, tentaram o
humilhar através de
agressões verbais. “Não
conseguiram atacar-me
sicamente, porque não
calhou”.
Mas na perspectiva de
Marcelino Intupé, tudo que foi praticado pelos seus
‘visitantes’ não passa de um
recado do ministro. “Tudo o
que vieram fazer, foi com
conhecimento de Botche
Candé. Portanto, quero que
o ministro saiba que, se me
raptarem, torturarem ou
matarem, porque sou
balanta, posso dar uma
garantia: nenhum fula
viverá neste país”, ameaçou
o analista.
Rispito.com/e-Global, 15/10/2020
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