sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Guiné-Bissau e Senegal vão pedir empréstimo conjunto para financiar vias

A Guiné-Bissau e o Senegal vão pedir um empréstimo conjunto para financiar a melhoria de vias rodoviárias entre os dois países, anunciou hoje o ministro da Economia guineense, Vítor Mandinga.

"OBanco Africano de Desenvolvimento, com a intervenção do meu colega [do Senegal], deu-nos uma boa oportunidade de ver este projeto multinacional entre a Guiné-Bissau e o Senegal. Amanhã [sexta-feira] vamos assinar um pedido de crédito", afirmou o ministro.

Vítor Mandinga falava aos jornalistas juntamente com o seu homólogo nigeriano, Amadou Hott, que iniciou hoje uma visita de dois dias à Guiné-Bissau, depois de um encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.
"Cerca de 87% das nossas estradas estão intransitáveis. Só esta constatação dá a obrigação ao Governo e convida os irmãos senegaleses e outros irmãos de África e parceiros internacionais para apoiarem os esforços da Guiné-Bissau no sentido de garantir a melhoria das infraestruturas rodoviárias de base, mas também outras infraestruturas, quer industriais, quer do plano do ordenamento agroindustrial, hidroagrícola, quer a ainda a nível energético", salientou o ministro.

No âmbito da visita, os dois ministros trocaram experiências em relação ao desenvolvimento de vários setores, nomeadamente vias rodoviárias, agricultura, energia e administração pública.

Em relação à administração pública, Vítor Mandiga salientou a importância da reforma do setor.
"Como sempre temos dito temos 16 funcionários para cada 1.000 habitantes. O Senegal com 16 milhões de habitantes tem apenas sete funcionários por cada 1.000 habitantes. Há países que têm cinco funcionários para cada mil habitantes. Vejam a desproporção", disse.

A Guiné-Bissau tem uma população de cerca de dois milhões de habitantes.
"Nós gastamos 76% das nossas receitas fiscais para pagar salários. Onde é que vamos sair com dinheiro para investimento público?", questionou o ministro, salientando que é preciso indemnizar pessoas e contribuir para a sua reinserção social e produtiva.

Já o ministro do Senegal destacou a importância de os dois países terem "administrações eficazes, que trabalhem com celeridade e que tenha igualmente os efetivos requeridos".
"Falámos sobre como podemos apoiar e melhorar o nível", acrescentou.

O ministro senegalês disse também que deu a conhecer ao seu homólogo diferentes modelos utilizados pelo seu país no desenvolvimento agrícolas, financiamento a jovens e mulheres para começarem o seu próprio negócio, e de produção e fornecimento de energia elétrica por privados.

Amadou Hott informou que os dois países vão realizar uma comissão mista ainda este ano, em Bissau.
A última comissão mista entre os dois países decorreu em 2011.
"Vamos também encorajar o setor privado senegalês a investir na Guiné-Bissau", disse.

O ministro da Economia do Senegal termina sexta-feira a visita de trabalho a Bissau com encontros com o primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, e a assinatura de um acordo de cooperação com o seu homólogo guineense.
Rispito.com/Lusa, 23/10/2020

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público