Sissoco pede unidade ao país para estabilidade e desenvolvimento
O Presidente guineense frisou, esta terça-feira (16.11), que "período longo e difícil" da história do país terminou com a sua tomada de posse. Sissoco diz também que reforma do Estado é "consensual" entre os partidos.
O Presidente da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló pediu, esta terça-feira (16.11), a unidade dos guineenses para concretizar o "desígnio nacional" de estabilidade e desenvolvimento do país.
"Juntos, vamos fortalecer o Estado de Direito Democrático, estabilizar as nossas instituições políticas e desenvolver economicamente o nosso país, base sobre a qual o progresso social se constrói e se sustenta", afirmou o chefe de Estado, esta terça-feira (16.11), durante a cerimónia de comemoração de mais um aniversário das Forças Armadas guineenses e de celebração do dia da independência, que se assinalou em 24 de setembro, mas que Sissoco Embaló decidiu adiar por se encontrar em Nova Iorque, a participar na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
A celebração do dia da independência surge numa altura de tensão no país. Umaro Sissoco Embaló agendou, para esta quarta-feira (17.11), um Conselho de Estado sobre a atual situação política.
"Para a concretização desse verdadeiro desígnio nacional, todos os guineenses - os residentes e os que vivem e trabalham no estrangeiro -, todos eles, sem exceção, são chamados a participar. Como Presidente de todos os guineenses contem comigo, e eu conto com cada um de vós", afirmou Sissoco Embaló
O chefe de Estado lembrou também a juventude guineense "sacrificada" a quem enviou um abraço de "solidariedade" de "cumplicidade", salientando que o seu futuro tem de ser melhor do que foi nas "quase cinco décadas" da independência nacional.
"Promessas falhadas"
"Muitas das promessas da independência, que acompanharam a minha geração, ficaram por concretizar. Limitadas oportunidades de formação, desemprego persistente, a dura experiência de frustração, de pobreza marcaram muito a minha geração", afirmou o Presidente.
Segundo chefe de Estado, a Guiné-Bissau perdeu quase metade dos anos de independência mergulhada em "crises políticas" que provocaram "impactos negativos nas instituições políticas e na vida económica" do país com "reflexos sociais graves".
"Foi um período longo e difícil que, só ficou encerrado pouco depois da realização das eleições presidenciais e da minha tomada de posse, no início de 2020. Desde então, a Guiné-Bissau soube recuperar plenamente as suas responsabilidades soberanas no concerto das nações", sublinhou.
Na mesma ocasião, Sissoco Embaló afirmou que a exigência de reforma do Estado é "consensual entre as forças políticas nacionais".
"A exigência de uma agenda de reforma do Estado tornou-se consensual entre as forças políticas nacionais. É uma necessidade que também os nossos parceiros da comunidade internacional reconhecem e até se disponibilizaram a cooperar connosco na conceção e implementação dessa agenda de reformas estruturantes", disse o chefe de Estado.
"De crise política em crise política, a estrutura da nossa economia nacional cristalizou-se num modelo de crescimento assente numa quase monocultura da castanha de caju. Com uma diversificação pouco significativa e transformação local quase nula, o modelo vigente parece claramente esgotado", frisou o chefe de Estado, defendendo que o atual modelo económico "dificilmente poderá viabilizar a construção de um estado social", referindo-se às possibilidades de financiamento para desenvolver setores como a educação e a saúde, proteger a população mais desfavorecida e combater a pobreza.
"Aqui reside - na estrutura económica do nosso país - as causas mais profundas, objetivas, da instabilidade que abala particularmente os setores do Estado socialmente mais significativos", disse.
Lembrando alguns progressos alcançados desde 2020, nomeadamente regularização do pagamento de salários a funcionários públicos, melhoramento de algumas infraestruturas e de alguns serviços de saúde e no fornecimento de água e luz, o Presidente considerou, contudo, que ainda falta um longo caminho a percorrer.
"Mas, temos plena consciência de que, face aos graves e persistentes problemas económicos e sociais acumulados, há ainda um longo caminho a percorrer. É um caminho que só pode resultar em benefício geral se formos capazes de preservar a paz social por via do diálogo e da concertação entre todas as partes interessadas", salientou.
Presidentes da Libéria e Senegal visitam Bissau
Participaram na cerimónia desta terça-feira (16.11), no estádio nacional 24 de Setembro, os presidentes do Senegal, Macky Sall, e da Libéria, George Weah, e representantes governamentais de vários países da sub-região.
Presentes estiveram também o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, e o chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas de Portugal, almirante Silva Ribeiro, que paralelamente estão a realizar visitas oficiais ao país.
"Tal como em 1973, hoje, esta Guiné-Bissau de 2021, também é uma promessa de paz, de concórdia nacional e de progresso social. Aprendemos com as lições do passado. E contamos, hoje, como ontem, com a solidariedade dos países irmãos e de toda a comunidade internacional para consolidarmos este ciclo político novo, de esperança renovada num futuro melhor", disse o chefe de Estado, que acrescentou que, desde que tomou posse, muitas "figuras ilustres" visitaram a Guiné-Bissau e a política externa ganhou um "dinamismo" que contribuiu para "elevar a autoestima nacional e abrir postas à cooperação internacional".
"Os resultados nem sempre têm de ser imediatos, mas eles, de certeza, virão para o bem do nosso país", disse.
Às nossas gloriosas FARP, estou envergonhado, triste, chocado e escandalizado de ver-vos participar num acto de tão grande imbecilidade deste género. Contra um dos elementos constituintes basilares de um dos ritos fundadores, centrais de, sempre redignificação identitária de qualquer estado. Este ato de hoje, de celebração da banalização da nossa independência, demonstrada no seu auge. Por este gesto de mistuturar o dia das nossas gloriosas FARP, pela violação de um outro mais significativo dia conquistado pelo sacrifício e valentia destas mesmas.
ResponderEliminarAto de indicador do, até onde se pode proceder à manipulação banal, mas sim no melhor, dos atuais elementos das nossas chefias militares, das nossas gloriosas FARP. Essas nossas gloriosas FARP, fundada e carinhosamente formatada para servir, e só servir, os mais sagrados interesses do nosso país e povo, pelo nosso saudoso Líder, camarada Cabral.
Triste ver essas nossas gloriosas FARP, se meterem nesta "Sakslatada" de hoje, deste Impostor do Sissoco.
Estou envergonhado, triste, chocado e escandalizado de tudo isso. Triste. Muito triste.
Obrigado.
Que reine o bom senso.
Amizade.
A. Keita