sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

GUARDA NACIONAL RETIRA DA CELA O MINISTRO DAS FINANÇAS E O SECRETÁRIO DE ESTADO DO TESOURO

Um grupo de elementos das forças da Guarda Nacional invadiram esta noite o serviço de Piquete da Polícia Judiciária, situada à frente do mercado de Bandim, para retirar das celas o ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi e o Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, detidos sob ordens do Ministério Público.

Seidi e Monteiro foram ouvidos na tarde desta quinta-feira, 30 de novembro de 2023, para esclarecer o pagamento de seis biliões de francos cfa, correspondes a cerca de 10 milhões de dólares norte-americano a 11 empresas. A audição foi conduzida pela equipa da Comissão de Inquérito do Gabinete de Luta contra a Corrupção e durou mais de quatro horas.

Os magistrados declararam prisão ao ministro e ao secretário de Estado, alegando que é uma medida aplicada para não pôr em causa a investigação em curso.

Os dois governantes foram transportados numa viatura até às celas do serviço de Piquete da PJ, localizado junto ao mercado de Bandim.

O Democrata apurou que uma viatura de elementos das forças da Guarda Nacional invadiu a celas da PJ com armas AK-47 e “bajukas”, dirigiram-se às celas e retiraram o ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi e o Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, e os levaram para lugar incerto.

Os dois governantes estão a ser investigados no âmbito de um pagamento de seis mil milhões de francos CFA (cerca de 10 milhões de dólares) a 11 empresários, através de um crédito a um banco comercial de Bissau.
A oposição, que denunciou o caso no parlamento, defende tratar-se de crime prevaricação e desrespeito a normas orçamentais, imputados ao Ministro da Economia e Finanças, entretanto, ouvido na passada segunda-feira no parlamento.
Naquela instância, Suleimane Seidi confirmou a solicitação do crédito e ainda defendeu que todo o processo obedeceu à legalidade e ainda reafirmou ser um procedimento normal entre os Governos da Guiné-Bissau.
A oposição, na voz do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G15) considera o processo fraudulento por envolver “apenas empresários ligados ao Governo” da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI – Terra Ranka).
Logo após a denúncia do caso, o Ministério Público efetuou buscas e apreendeu documentos no Ministério da Economia e Finanças e ainda no banco que concedeu o crédito para o pagamento aos empresários.
Vários dirigentes do Ministério da Economia e Finanças já foram ouvidos desde a semana passada e hoje os dois principais responsáveis da instituição foram detidos.

Seidi e António Monteiro são dirigentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que lidera a coligação PAI -Terra Ranka, no Governo, juntamente com o Partido da Renovação Social (PRS), Partido dos Trabalhadores da Guiné (PTG) e mais cinco pequenas formações políticas.
O Madem G15 e a Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU – PDGB) são os únicos da oposição no parlamento.
A detenção do titular da pasta das Finanças ocorre no momento em que o Governo está a ultimar o Orçamento Geral do Estado para 2024, agendado para discussão e votação na sessão plenária da Assembleia Nacional Popular, que decorre até 27 de dezembro.
FONTE: JORNAL O DEMOCRATA

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