domingo, 30 de junho de 2024

Congresso dos "inconformados" após eleição de Fernando Dias no PRS da Guiné-Bissau

O denominado grupo dos "inconformados" do Partido de Renovação Social (PRS) da Guiné-Bissau  realizou um congresso, que se segue a outro em que Fernando Dias foi eleito presidente elegendo também Félix Nandungue para a ala dos inconformados .

A direção do presidente interino reuniu 748 do universo de 901 militantes no primeiro congresso extraordinário do partido, na sexta-feira, que se prologou pela noite dentro, e no qual obteve mais de 600 votos, numa eleição que disputou com Albino Nhasse, um militante de base.

A reunião foi marcada imediatamente a seguir ao anúncio da convocação, para o dia seguinte foi a vez de mais um congresso por parte do grupo que contesta a liderança interina de Fernando Dias.

Na base da contestação dos "inconformados" estava a exigência da realização de um congresso extraordinário "para eleger um novo presidente" do PRS, o partido do antigo presidente da Guiné-Bissau, Kumba Ialá (1953--2014).

O PRS que estava a ser liderado por Fernando Dias de forma interina desde fevereiro de 2023, apôs a morte do presidente eleito, Alberto Nambeia é agora eleito para um mandato de ano e meio.

Mesmo depois de a direção interina ter decidido e realizado o congresso extraordinário, os contestatários anunciaram que mantêm o congresso que convocaram para o dia seguinte (29 Junho).

O grupo dos "inconformados", que conta com vários dirigentes do PRS, é liderado pelo atual ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, e pelo veterano e membro fundador do partido, Ibraima Sory Djaló.

Fernando Dias tem alegado que tem a maioria do partido e que "a guerra" por parte dos "inconformados" está a ser feita "por encomenda do Presidente Sissoco Embaló" para levar o PRS a apoiar um segundo mandato.

A direção de Fernando Dias exortou os membros do partido a abandonarem o Governo de iniciativa presidencial. Imediatamente a seguir, o ministro da Saúde, Domingos Malú, apresentou a demissão do Governo e foi exonerado do cargo pelo Presidente da República.

A demissão do ministro do PRS seguiu-se a outras três de governantes da Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau. O partido do antigo primeiro-ministro, Nuno Nabiam, retirou o apoio a Sissoco Embaló e, consequentemente saíram do executivo os ministros da Cultura, Juventude e Desporto, Augusto Gomes, e da Energia, Valentino Infanda, assim como o secretário de Estado da Juventude, Garcia Biifa Bedeta.

Feito os dois congressos para um só partido, resta agora saber o que irá ser a decisão judicial para dissipar quem é na verdade o presidente dos renovadores.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

APU-PDGB ABANDONA O GOVERNO DE SISSOCO

Após a declaração política da Assembleia de Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), que apelou aos seus militantes e dirigentes a abandonarem a governo de iniciativa presidencial, por falta de confiança política, os membros do executivo afectos à APU-PDGB demi- tiram-se em bloco, respeitando a posição manifestada pelo líder do partido Nuno Gomes Na- biam, antigo primeiro-ministro de Umaro Sissoco Embalo.

Consequentemente, Augusto Gomes, Ministro da Cultura, Juventude e Desportos; Garcia Biifa Bedeta, Secretario de Estado da Juventude e Valentino Infanda, Ministro da Energia apresentaram a sua demissão.

A justificar esta decisão de retirada do executivo liderado por Rui Duarte Barros, os demissionários apontam "a obediência à direção superior de APU-PDGB", que terá advertido a retirada do.

Na semana passada, a Assembleia de Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU- PDGB) anunciara a retirada de confiança política ao chefe de Estado guineense, por alegada "postura antidemocrática" de Umaro Sissoco Embalo.

domingo, 9 de junho de 2024

JULGAMENTO CASO 1 DE FEVEREIRO ADIADO POR INCOERENCIA DO TRIBUNAL

O julgamento do suposto golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022 foi adiado. O Tribunal deci- diu suspender a sessão iniciada hoje, depois de uma série de questões prévias colocadas pela defesa.

A defesa questionou sobre a natureza do Tribunal, a competência dos juízes e como os processos foram tratados. Após pressionar pela libertação dos detidos e exigir a legalidade dos julgadores, o juiz presidente suspendeu a sessão para ser retomada na quarta-feira (05.06). O Advogado de defesa, Victor Imbana insistiu que, se se pretende respeitar a Lei, o Tribunal constituído não tem competência para julgar este processo

"Como deve ser do vosso conhecimento, qualquer julgamento tem a sua primeira fase chamada de questões prévias. Nas questões prévias, trouxemos para a confrontação com os juízes, quatro questões. Pedimos a soltura dos detidos que continuam nas celas sem qualquer acusação; pedi- mos para soltarem aqueles que ultrapassaram prazos e advertiram. Verificamos quem deve ser Juiz Presidente e vimos que se trata de um major. Nos detidos, temos, José Américo Bubo Na Tchuto, que não pode ser julgado por alguém de patente inferior. Há também a questão da própria composição do Tribunal. Nota-se que um dos auditores já havia funcionado como Promotor da justiça. Portanto, num sistema acusatório, não se pode funcionar desta forma. Quem investiga, não pode julgar. Foram estas questões que levantamos e que o Tribunal não conseguiu responder, pelo que decidiram pela suspensão", explicou Victor Mbaná.

O causídico explicou que, observando a legalidade, a resposta devia ser dada ainda hoje. Mas, segundo o mesmo, entenderam suspender e adiar.

Entre as várias irregularidades e problemas identificados, Mbaná destacou a composição do Tribunal. "O Código de Justiça Militar diz que, as pessoas que deviam compor o Tribunal para julgar devem ser juízes. Posso assegurar aqui que, aqueles que estavam lá para dirigir o julgamento não têm a formação exigida. Outra questão, não menos importante, é o Tribunal. A Lei diz que não se pode constituir o Tribunal apenas para julgar um caso como este. Infelizmente foi isto que acon- teceu", afirmou.

Segundo disse à imprensa, existem também pessoas que nunca foram ouvidas, tal como Maurício Felix.

Entre as múltiplas interrogações, a defesa, através de Victor Mbaná, questionou sobre qual Có- digo que deve aplicado para julgar. O Código antigo ou o novo. "Não se decidiu. Suspendeu-se e amanhã vai-se decidir, quando a lei diz que, as questões prévias devem ser respondidas ou deci- didas no mesmo dia".

sábado, 1 de junho de 2024

MORREU O MILITAR DETIDO NA SUPOSTA TENTATIVA DE GOLPE DE ESTADO

Militar detido na sequência de alegada tentativa de golpe de Estado em 2022, acabou morreu r Hospital Militar em Bissau, onde estava internado.

Fonte militar indicou esta sexta-feira (31.05) que "Papa Fanhe que estava internado no Hospital Militar, onde foi evacuado num estado crítico", acabou por falecer na noite da quinta-feira.

A mesma fonte disse ainda à e-Global que "outros mi Bubo Na Tchuto, também se encontram doentes nas selas".

As autoridades ainda não anunciaram oficialmente a morte do militar do Estado-Malor da Ar- mada, mas o colectivo de advogados anunciou que iria reagir mais tarde.

O julgamento dos militares detidos no âmbito de alegada tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2022 deverá decorrer na próxima terça-feira, 4 de Junho.

Entretanto, o ex-ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi, e do ex-secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, devem ser ouvidos esta sexta-feira no âmbito dos inquéritos da Justiça Militar à alegada tentativa de golpe de Estado (30 de Novembro e 1 de Dezembro de 2023).

Os dois ex-governantes tinham sido retirados das celas da Polícia Judiciária pelos elementos da Guarda Nacional, numa ação que resultou em trocas de tiros entre a Guarda Nacional e as Forças Armadas.
e-Global

ALA INCONFORMADA DO PRS AGENDA CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO PARA MÊS DE JUNHO

O Grupo de Altos dirigentes Inconformados com a postura do Presidente do Partido da Renova-ção Social (PRS) anunciou esta quarta-feira (29.05) a realização do um congresso extraordinário em Junho. Um anúncio que acontece após Fernando Dias, líder dos Renadores, ter afir- mado que o partido só terá o congresso ordinário.

Os Altos dirigentes inconformados anunciaram que o PRS "ent decrescente para a realização do seu primeiro congresso extraordinário, já no mês de junho disse Francelino Cunha, responsável da comunicação dos Inconformados, durante uma Confe- rência de imprensa para anunciar a instalação de uma comissão ad-hoc para a gestão transitória do partido.

De acordo com Francelino Cunha, o congresso extraordinário é, para os Inconformados, uma so- lução viável fundamentada nas leis da República e no estatuto do partido.

A posição de Altos dirigentes Inconformados do PRS acontece no momento em que o Supremo Tribunal de Justiça guineense disse ter tomado nota da comunicação sobre os atos preparatórios do congresso do Partido da Renovação Social (PRS), que reflete escolha de Ibraima Sori Djaló, Augusto Poquena e Mónica Buaró, para convocarem e dirigirem de forma exclusiva e transitória a mesa e reuniões do Conselho Nacional do PRS com o propósito de impulsionar a realização do congresso extraordinário.
e-Global