segunda-feira, 20 de agosto de 2012

PONTO DI MIRA: Não se deve complicar o que já é complicado
Por: Samba Bari
Esta vida por vezes nos prega vicissitudes macabros e incompreensíveis... Razão pela qual, é muito importante usar a moderação e flexibilidade na lida com os casos complexos e os momentos não desejados.

Se nós já choramos tanto, as esperanças nos fugiram muitos e os significados do nosso sofrimento merece consolo e um final feliz sem gritos nem lágrimas... Só temos que optar de forma continua,  adoptar os comportamentos passivos, ordeiros e legais, para que os custos do nosso sofrimento possa ter compensação.

Com a interrupção do percurso legal das instituições no famoso marco histórico do dia 12 de Abril. É do conhecimento de todos, que o país vive na gestão de um governo transitório... Encarregue de organizar novas eleições gerais num tempo estipulado de "12 meses".

Um governo tão pobre, sem recursos financeiros de sobrevivência, isolado por falta de reconhecimentos (uns internos e outros internacionais), cercado com falta de entendimento no concerto da política interna... Mas mesmo assim controlado com exigências de cumprir com os assinados na carta de transição...

Na verdade, é sempre salutar a disposição de alguém que seja responsabilizado de algo e de ser o sujeito a quem nos presta as contas...  Contudo, deixa um pouco confuso e  preocupante, como se poderá proceder com essa transição, cumprindo o tempo e todo o estipulado na carta de transição.

Porque se não vejamos:
Se ainda falta o entender que ao estar perante um mal, só tem um caminho que é de resolver esse mal... Se ainda falta o entender de que o governo deposto já era, mas a ideia de repor a ordem constitucional antiga continua ser reclamada e de ser o motivo continuo de subjugar e isolar o governo de transição... Se ainda falta o entender que quanto mais tempo estiver em dificuldades e a ser dificultado as tarefas de quem organiza, implica o dilatar do tempo e o período transitório...

Tudo isso são desvantagens, mesmo se o empenho e a vontade não faltar, mas se o apoio e financiamento estiver em falta, isso resulta num arrastar do tempo de preparo e o poder de organização... E nós, que estamos a viver consciente do posicionamento da conjuntura internacional  em relação ao executivo, nota-se um sufoco e pouca margem de manobra.

E neste momento já está praticamente com nove meses restantes do prazo e o que está adiantado é igual a nada... De qualquer maneira, o país não pode sobreviver em anarquia, e enquanto não houver eleições não há novo governo, não há legitimidade mas com certeza, estará esse governo em continua transição.

Há que entender de que os problemas da Guiné-Bissau não acabam só porque já se fez as eleições... Há muito mais coisas em frente para organizar e resolver... Por isso é que é importante olhar e apoiar esse momento que por bem dizer, é o programa mínimo do país. O máximo será o de organizar o país, o lavar de roupa suja e pôr as instituições a funcionar, principalmente a justiça..

No entanto, deve-se dar a luta sempre ao lado do povo e dos que sofrem mais... Não de preferir o desmoronamento de todo o sistema arquitectado e a destruição de toda a credibilidade possível do país, só porque A ou B não está em frente.

A legitimidade outrora vivida (até 11 de Abril 2012), constitui um passado irreversível, e qualquer exercício de pressão para forçar o contrario significa um outro golpe de estado, e lançar o país  numa guerra incontrolável. 
Por isso, é muito bom cuidar com esse momento como grande presente... Com toda objectividade, com respeito e serenidade, para que a história de transição possa ser um momento rápido e urgente, para que possamos chegar as novas instituições legais e dignar  o país.

Não devemos nunca aceitar fazer parte de quem deseja complicar o que já é complicado, nem de pactuar com quem venha com intenções de gozar com a República da Guiné-Bissau, porque é graças a ela é que está a verdade da nossa naturalidade... E, é graças a ela é que temos a nossa identidade.

Samba Bari

1 comentário:

  1. OBRIGADO MEU IRMÃO ESTE SEU COMENTÁRIO É ESPELHO DAS MINHAS IDEIAS EM PORTUGAL.EU QUERO E DESEJO QUE OS GUINEENSES VÃO NUM BOM PORTO ALARGADO PARA BEM DA NOSSA TERRA.TODOS PENSAM SÓ PARA BEM DA NOSSA TERRA NÃO NUM PARTIDO OU NUMA PESSOA.OBRIGADO A TODOS

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