domingo, 20 de janeiro de 2013

Amílcar Cabral, um herói africano eternamente querido

Morto ou vivo, com saudade ou com angustia, há homens que deixam trabalhos inesquecíveis neste mundo. Uns com uma atribuição e outros que nascem com o ser herói no sangue, cujo a distinção ultrapassa tão de pressa as rédeas das suas fronteiras nacionais e continentais.

Amílcar Cabral foi um destes homens valentes, inspirado na vontade de ver unificado duas repúblicas e dois povos para lutarem numa frente única, a busca de se tornarem livres de tortura e de submissão colonial.

Muito rapidamente, o nome de Amílcar Cabral se destacou numa personalidade com excelência, num gigante homem guineense, caboverdiano, africano e que acabou de se contornar ao mundo, graças a sua atenção pela causa de liberdade de dois povos em simultâneo.

Com célebre frase de que "as crianças de hoje são os homens de amanhã e isso é a razão do nosso combate".
Amílcar Cabral foi um homem que considerava a civilização humana como uma base fundamental para o desanuviamento pessoal e liberal. Mas negava as injurias e humilhações sociais como únicas vias para chegar a meta civilizacional.

Um homem que valorizava a aprendizagem, educação e conhecimento como fontes básicos para atingir a evolução social. Mas negava os ensinamentos com chicotadas e  de pancadas para o seu povo.

Pelo desejo de consenso, muitos depoimento da época mostram que o homem não era intransigentemente um guerrilheiro, porque sempre se disponibilizou para negociações com o governo português, o que nunca foi aceite pelo regime ditatorial do momento.

Quando a luta deixou de ser na secretaria passando para a farda e o gatilho, Amílcar  Cabral repetia uma frase com frequência "De não estar contra o povo Português. Mas sim o seu combate era, em exclusivo, contra o sistema colonial Português."

Por isso e não só... É que viveu toda a sua juventude e adolescência com sustos e espantos, assim como sempre preocupado perante uma vulnerabilidade que não acabou de escapar.
Assustado e preocupado para não falhar com o projeto traçado, de libertar as duas nações perante o jugo colonial.
De outro lado, preocupado com a organização dos companheiros em frentes de combate e de salvaguardar rebeldia interna de alguns camaradas de partido, mas que não conseguiu conter... Acabando por ser vitima mortal de uma sabotagem e cumplicidade, dento do movimento que ele mesmo criou e engrandeceu.

O homem que nasceu na Guiné-Bissau, cresceu e concluiu o liceu em Cabo-Verde, formou-se em Portugal, voltou para trabalhar na Guiné e depois recambiou-se para Angola com mesmo objetivo (trabalhar)... De onde ganhou oportunidade de se Aproximar do MPLA para fundar o PAIGC. Acabou por ultimar a sua morada em Conakry, onde enfrentou a luta, onde foi assassinado e onde foi sepultado.

Hoje, podemos sublinhar parte de muitas crónicas e aceitar de que, Amílcar Cabral depois de ser sepultado em Conakry, desapareceu fisicamente na cena politica o mais esclarecido dirigente africano da sua geração. O principal teórico da luta armada africana para a libertação de dois povos oprimidos pela dominação colonial.

Que viveu sempre seguro e coerente com os seus ideais, que almejava com a sua liderança de movimento guerrilheiro para se avincar com duas nacionalidades, guineense e caboverdeana, numa comunidade fraterna e florescida.

Mas sempre consciente do perigo que lhe andava em volta... Eis o que ele em várias ocasiões escreveu e disse — quando os dois povos levados à guerra se libertarem do opressor comum, eu serei morto varias vezes

E a realidade se confirmou após ser vitima de assassinato, Amílcar Cabral começou morrer logo que os camaradas começaram com a ostentação e a sanha sanguinária na resolução dos diferendos políticos, onde se atolaram muitos dos dirigentes guineenses...

Morreu outra vez com o golpe de Estado do Nino Vieira - 14 de Novembro de 1980 que arrasou com o seu grande sonho de fazer da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, uma união de Estados capaz de se impor aos desígnios hegemónicos dos governos de Dakar e Conakry, resultando num desmembramento do verdadeiro PAIGC que ele  tinha fundado... 

Morreu outra vez, quando os velhos camaradas de armas (os seus antigos camaradas) se degladiaram em 1998 numa guerra politico-militar em Bissau provocando uma destruição terrivelmente superior (de imoralidade, de incompreensão e de intolerância), por se alienar até hoje a soberania nacional, de um país sem poder de estado numa patética tentativa de conservar a bebedeira do poder... 

Morreu Amílcar Cabral desta vez, por essa profunda pobreza, miséria, doença até fome que dizima o seu povo numa longa distancia de 40 anos depois de ser assassinado e sepultado.

Depois ser assassinato e sepultado o herói, o homem forte da Guiné, de Cabo-Verde, da África e do mundo... E depois de agora ser bem consolidada a morte do melhor filho da Guiné-Bissau e de Cabo-Verde ao longo desses 40 anos... Cá estamos tristes e muito consternados para mais um aniversário do seu desaparecimento físico, a rezar para que a sua alma bastante fustigada, traída e desrespeitada, se descanse em paz.

Para não se importar mais com as ambições e interesses mundanos que fazer da vida humana de uma complicação e de conflitos constantes.
Gloria eterna para o verdadeiro herói, o pai das nacionalidades Guineense e Caboverdiana, com certeza de que é, e será um homem eternamente querido e bastante admirado neste mundo.

 Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá

5 comentários:

  1. Não seja um covarde Escondendo-se da verdade
    Idade não vai alterar sua capacidade Mentira, mentira, súa vida é uma mentira!
    Que ninguém pode criar essa história é você quem irá contar seja sincero, não tenha medo!Se tudo tem o seu, porém,a vida também é assim
    É fácil ir mais além.

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  2. Se no seu entender a mentira e covardia é que consta em toda exposição, em todo o caso RISPITO agradece pela sua atenção de teres lido o artigo e as mordomias constantes. Acrescentando que não seria também demais dar a sua alternativa em ideias verdadeiras para ajudar informar, preferencialmente na base do respeito conforme o nome do espaço em crioulo.
    Leia mais vezes e participa nos comentários de acordo com a chamada de atenção em baixo.
    Seja corajoso(a)e verdadeiro(a). Vale mais pena tentar porque quem tenta pelo menos tem coragem de dar a cara.
    Um beijo ou um abraço

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  3. Sou leitor residente em Dakar, nunca tinha feito algum comentário, mas que o comentário antipático desse Anónimo, fez-me intervir, para lhe dizer de que, quem mente nesse caso é ele ou ela que considera verdade uma mentira. E covarde é ele ou ela que faz comentários difamatórios como anónimo.
    Continua mano, estás no bom caminho, esse alguém só pode ser inimigo.
    Força Rispito

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  4. Sublinho as ideias do Armindo e acrescentar que Rispito (Samba), nem se deve importar desse tipo de gente que por sinal nem formar sentido de uma frase sabe muito menos compreender o que ele ou ela aqui pretende explicar.

    Estamos juntos

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  5. Rispito, congratulo-te pelo texto! Sou do Brasil e admiro muito a figura de Amilcar Cabral, e tens razão em tudo que proferiste sobre ele, foi uma figura importante e, sobretudo, humana. Parabéns!

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