Crispação desnecessária
Os modelos de trato e os mimos de relacionamento da classe politica são contadas nos dedos da mão e conhecidas ao pormenor, razão pela qual é mais certo caracterizar os momentos de compreensão no ambiente da sobrevivência politica guineense, normalmente, como "entendimento aparente".
É verdade que na democracia, se for o caso, compreende-se as divergências de opiniões, sendo salutar a coabitação institucional que garante a continuidade na dinâmica do país. O mais preocupante é quando se trata de choque entre as instituições.
Há tempos que as convulsões e desentendimentos bloquearam os métodos para lidar de maneira facilitador com a inevitável fase transitória... Com a assinatura do pacto e o acordo de transição e ainda o prolongamento do mandato parlamentar, demonstrou o bom momento e uma corrida em altura que agora abarca todos os actores importantes, confirmando assim uma aceitação inclusiva de todos... Gestos que pareceram revitalizar a nova confiança e de promover outra maneira de ver essa crise tão alongada, que ainda continua persistente.
Neste momento vive-se uma crispação desnecessária entre a Assembleia Nacional Popular e o governo... Declinado pelo chefe de estado como simples divergência de opiniões... Deus queira que assim seja. Porque se for o caso de choque entre órgãos a situação torna mais complicada.
Mas seja como for, as trocas do mimo chamou outra atenção e está fora de poupar bom momento que se começou a criar... Coincidência ou não, certo é que nos momentos importantes que a imagem do país aproxima de avaliação, salpicam marcas que deixam nódoas nos esforços do entendimento e dos bons momentos alcançados.
Já foi com caso de assalto do comando de para-militar de Base aérea, a quando se aproximava a 67ª Assembleia das Nações Unidas, desta vez é, na eminente 42ª cimeira ordinária de CEDEAO cujo a avaliação do percurso do país é tão essencial.
Nada mais do que a preocupação e desconforto, porque entendam que se a mentalidade abusiva de ser principalmente eu e praticamente eu continua reinando... O próximo pouco se interessa e os restantes logo se vê. As rotinas frustrantes e os obstáculos na procura de estabilidade continuaram mais longe de se alcançar.
Acho muito errado saltar etapas necessárias e opor o que é bom, ou tudo o que é de importante para o sossego da Guiné-Bissau. Nesta base, já é momento da classe politica preocupar-se em seu bom nome e de poupar a imagem do país, que já sofreu muito para ficar com eco de assustar e de amedrontar.
A cada dia que passa em nossas vidas, temos obrigação de lutar para que sejamos vencedores, e de considerar importante a existência de cada cidadão, seja onde estiver nesse mundo desconhecido e sombrio... Onde as ganancias de quem és tu sem mim, nada resolve... Onde o dedicar aos enganos e de não respeitar as promessas não funciona. Alias isso fez muitos sofrerem pelos actos cometidos ao longo das suas caminhadas.
O que todos devemos fazer é dedicar-se ao que realmente nos traz o bem, e abdicar de toda mania de se importar com os que ainda não se convenceram que não vale a pena alimentar orgulhos banais. Porque não há nada que compense a perda humana, assim como nada melhor o facto de estarmos em paz no nosso meio e connosco mesmos.
No refúgio sagrado dos nossos pensamentos é que devemos guardar os segredos intocáveis e esconder os planos de andança, para melhor termos forças de lutar, depois de um grande fracasso entregue ao ferimento de tantos corações partidos... Para já, não é preciso fazer muito esforço para perceber quem vive de acção ou só de palavras…
Amigo leitor, Queridos irmãos e caros concidadãos...
Se as ganancias de força, ou de poder, ou de vida, levar o homem a perder todas as amizades, de cortar a ultima árvore da sua mata, de envenenar o ultimo peixe do seu mar e de secar a última gota do seu rio... Daí aprende com muita resignação, de que a final não se pode viver só desse interesse mundano em busca da grana, já que só com dinheiro no bolso e nada em volta, morre-se de fome porque não há hipótese de comer o dinheiro...
Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá
Bem nha ermon fidju di tchon Samba Bari.
ResponderEliminarSurpreendes me todos os dias com a tua escrita.
Com a tua reflexão tão essência sobre a nossa querida Guiné-Bissau,que os outros acham deles.
Será que a classe politica de Bissau-Guineense lêem este blog?
Blog tão informativo,tão educativo sobre caminho/modelo a seguir para o desenvolvimento da nossa pátria.
Será que a classe castrense lêem este blog?
Porque tantos ódios entre irmãos do mesmo sangue?
Porque tanta matança entre os irmãos?
Porque tantos espancamentos/torturas entre os irmãos?
Pensam/reflectem meus irmãos Guineenses,porque a Guiné-Bissau pertence a todos nós e não um grupo de pessoas que querem semear ódios entre os irmãos.
Mas como cantou e bem grupo Super Mama Djombo:
"Ora ku bu odja kon
Riba di montanha i n'na malkria,
I n'na gassali tchon,
I n'na kebra ramo,
I n'na fertcha pedra,
Ka bu pukenta,
kon ku n'na bin lanta i bai,
Montanha nunka,
Nunka i ka n'na muda"
Nha mantenhas
Deus n'na kubriu ku manta pretu nha ermon fidju di tchon Samba Bari
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Nô Mantenhas de Djarama