segunda-feira, 29 de julho de 2013

A REALIDADE MOSTRA UM PROVÁVEL ADIAMENTO DE DATA DAS ELEIÇÕES

Sabe mal dizer adeus quando as saudades seguem a qualquer distancia e as harmonias ficam a traz com lágrimas no canto do olho.
Viagem de matar as saudades e de beijar a minha querida mãe levou-me a Guiné-Bissau, mas como a preocupação da situação do país prevalece no diário de todos os meus afazeres, os vinte e cinco dias feitos no país me serviu de vários contactos e de muitas conversas importantes entre os mais altos e os mais baixos de todas as classes sociais residentes na Guiné-Bissau, assim como confrontar com a realidade factual do país.

Como devem calcular que o país enfrenta uma sobrevivência difícil suportado de um governo de transição que ainda sofre do isolamento internacional devido ao revés da ordem constitucional a caminho de um ano e meio...

Infelizmente... Só que o percurso de vida em grandes classes sociais, não se deve resumir só num eventual ato cometido pela ínfima parte componente dessa classe para seguir de forma imparável a penalização de toda a maioria onde constam indefesos, não culpados e os inocentes.
Ninguém pode dizer não de que os passados históricos desagradáveis e as agitações politico-militar não penalizaram Guiné-Bissau, dos quais 12 de Abril não faz excepção, alias o que ainda hoje está a fazer sofrer 1,6 milhões de cidadãos residentes, como se a conjuntura internacional não consegue separar uma coisa de outra...
Quem são golpistas e os tratos especiais que merecem enquanto inversores da ordem constitucional.
Quem são os cidadãos que a escolha recaiu do pós-golpe já que a realidade impunha a transição... Sendo a via exclusiva para se conseguir repor a ordem constitucional, e dos tratos particulares que merecem
Quem são o povo ou a população, sendo a parte maioritária que sofre de forma inocente e sem ter nada a ver com os sucedidos... E dos tratos gerais a semelhança de todos os povos em dificuldades no mundo a que  merecem no meio de tudo isso.

Mas nesse caso em concreto o momento que o país enfrenta é a condenação militar, politica e de todo o povo da Guiné-Bissau. Onde a condenação dos militares e o isolamento dos políticos acabou de afectar o apoio humanitário muito necessário a esse povo miserável mas humilde e bem necessitado.

Hoje, a cada momento que se pronuncia a palavra de eleições gerais necessárias para a Guiné-Bissau, olha-se em frente para constatar liderança de cidadãos que decidiram sacrificar as suas carreiras politicas, cujo a luta incessante para um triunfo da sua própria honra está a ser bastante difícil perante um futuro incógnito.
Isso depois de tempo aturado de isolamento e conturbado desentendimento interno, abriu-se a janela oportuna de exigência internacional que o governo cumpriu a formação de um governo inclusivo, nomeação de um magistrado na presidência de CNE, aprovação do programa do governo e a aprovação do OGE rectificativo, o que  demonstrou a vontade politica e o respeito das condições exigidas para comunidade internacional disponibilizar a parte financeira indispensável para as tão faladas eleições.
Enquanto as condições naturais seguem os percursos normais a encurtar o tempo, as meditações continuam na cabeça dos financiadores e a data do dia 24 de Novembro a se transformar a cada dia que passa numa mera marcação fictícia. 

Praticamente, o tempo disponível para todas as mordomias fáceis e difíceis dessas eleições são de três meses. Numa intenção manifestada para um recenseamento seja Biométrico ou manual de raiz em combate de fraudes e aliviar contestações
Revisão da Lei Eleitoral (Observação domestica das eleições e a competência da CNE para o recenseamento eleitoral)... 
Formalização e entrega de candidaturas, seu tempo de apreciação, aprovação ou reprovação e as eventuais reclamações.
Educação cívica Eleitoral
Campanha eleitoral e depois eleições gerais. Tudo isso ainda não começou a andar devido a falta de financiamento que continua num silencio... E para quando????

Já se chegou de ventilar o período de transição para dois anos, que tantos contestaram onde eu também fiz parte. Mas afinal essa transição não deverá durar menos de dois anos conforme alguém chegou de prever. 
Porque de um lado, mesmo com todas as condições impostas e cumpridas, o isolamento ainda continua e o orgulho de não voltar a trás da decisão inicial mantém.
Do outro lado, no mundo em que vivemos, as ilusões pessoais, dos grandes interesses politicas e sobretudo num país tão vulnerável como o nosso, considerando a própria origem dessa crise que ainda estamos a viver... Qualquer eleição com um tempo em cima do joelho que provoca o motivo para saltar alguns passos importantes, poderá dar resultados a quem das expectativas e necessidade de outras eleições num tempo extraordinário.

Seja como for, o dia 24 de Novembro de 2013 pode continuar como figura da primeira marcação oficial das eleições gerais na era pós Carlos Gomes. Mas na verdade, as mesmas não serão possíveis nesta data... Isso mesmo com que tipo de vontade politica disponibilizada pela ala dirigente, já que a força motriz branda do poder financeiro e o tempo escasso de tramitação das coisas na procura de marcar diferença (melhorada) em garantir a transparência e credibilidade do ato, acabará por inviabilizar tudo.

Falar assim é sujeitar-se a dor de exprimir algo factual contra o desejo da alma e seguir as orientações que a realidade demonstra enquanto o coração sente atraiçoada da sua vontade... Mas o pressentimento é que a Guiné-Bissau só estará em condições de boas eleições (com financiamento disponível) nos meados de Maio 2014.

Caros irmão e queridos compatriotas
De qualquer maneira, as restas de esperança alimentam sempre as nossas ilusões nos desejos que pretendemos, mas é bom que todos estejamos preparados com moral forte e de continuar com uma única convicção de amar a Guiné-Bissau independentemente dos enclaves e das circunstancias em que se possa encontrar o país. 
Mas de certeza com esse constante secasses de tempo, meditação e pouca vontade de financiamento que acumula muitos afazeres necessários  não poupará a inviabilização do dia 24 de Novembro... Mas, quem viver verá.
Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa

1 comentário:

  1. Arnaldo Djú , Portugal29 de julho de 2013 às 10:59

    Nha ermon fidju di tchon Samba Bari.
    Fiquei emocionado ao ler este artigo.
    Viagem de matar as saudades e de beijar a minha querida mãe!!!Essa frase tua deixou-me KO.
    Mas,para além dessa frase emocional gostei deste ponto di Mira dessa semana,ao fazer retrospectivas da tua estadia na nossa Guiné-Bissau.
    Eu também continuo a ter algumas reticencias sobre o cumprimento da data das eleições.
    (In)felizmente somos um PAÍS INDEPENDENTE há 40 anos,mas continuamos ajoelhar perante a Comunidade Internacional.

    Nha mantenhas

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