Guiné-Bissau vai receber €9 milhões para melhorar Educação
Apoio da UNICEF permite construir 200 salas de aula e beneficiar 300 mil alunos, até 2017
O Ministério da Educação da Guiné-Bissau e a UNICEF apresentaram esta quinta-feira (25 de Julho) em Bissau a Parceria Global para a Educação, que contempla nove milhões de euros e vai beneficiar mais de 300 mil alunos. O projeto será desenvolvido ao longo de três anos, em todas as regiões da Guiné-Bissau, e vai permitir a construção ou reabilitação de 200 salas de aula e o respetivo apetrechamento com mobiliário e material escolar.
A PGE é uma iniciativa internacional de apoio a países em desenvolvimento na área da Educação. Na Guiné-Bissau, o projeto vai também apoiar a conclusão da revisão curricular, a harmonização da formação de professores e o melhoramento das capacidades de gestão do sistema de ensino.
Perante o ministro da Educação e uma sala cheia de entidades ligadas ao sistema de ensino da Guiné-Bissau, Abubacar Sultan - representante no país da agência das Nações Unidas para a Infância, disse que não foi fácil negociar o apoio, porque os doadores não queriam ajudar a Guiné-Bissau, mesmo sabendo que seria a UNICEF a gerir o projeto. "A principal dificuldade residiu na falta de confiança desses membros da parceria em relação ao investimento na Guiné-Bissau, frustrados com os constantes episódios de instabilidade no país, que não oferecem garantias de valorização do investimento". Num país onde os anos letivos têm decorrido com constantes greves dos professores, o responsável da UNICEF chamou a atenção para a responsabilidade do Governo de pagar salários aos professores e salientou a "urgência de ação, por forma a assegurar um início do próximo ano letivo tranquilo".
Segundo um inquérito realizado em 2010, lembrado por Abubacar Sultan, um terço das crianças não frequenta a escola (ensino primário) e só 24% das crianças com idade para frequentar o ensino secundário o frequentam efetivamente. O atual ministro da Educação do Governo de transição - Alfredo Gomes, reconheceu o "estado de degradação em que se encontra o sistema educativo" na Guiné-Bissau e garantiu que o Governo está empenhado em "fazer tudo para que o sistema inverta esse rumo desastroso". E no ensino superior a situação ainda é pior, disse, acrescentando que só chegam às universidades 150 alunos por ano, num universo de 7000 jovens que terminam o ensino secundário.
Alfredo Gomes também salientou a importância da estabilidade para mudar a situação, como também a de se acabar com a prática de nomear diretores de escola sem critério. "Tem de se deixar de lado o aspeto político na nomeação dos responsáveis da Educação". Para que o próximo ano letivo possa ser melhor e "sem sobressaltos", o ministro salientou a necessidade de se resolver o problema dos atrasos salariais dos professores, fazer o enquadramento dos professores na administração pública e implementar o estatuto da carreira docente.
O ano letivo 2011/12 na Guiné-Bissau foi perturbado por greves dos professores e por um golpe de Estado, em abril. O ano letivo 2012/13 teve três longas greves dos professores.
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