quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Mensagem do Paulo Gomes

Caros Compatriotas,
Celebramos hoje(24/09/13) o quadragésimo aniversário da nossa independência como Nação e como um Povo unido que somos. 

Os quarenta anos, caracterizados de altos e baixo...s, foram acompanhados por períodos de instabilidade político-social, acompanhados por oscilações no nosso crescimento económico, mas sobretudo, foram quarenta anos nos quais não nos conseguimos afirmar como um povo com identidade e independência económica e político-social. Impõe-se, por isso, mudar de rumo, garantindo que as melhores políticas públicas associadas à transparência e honestidade na gestão dos bens públicos, permitam acelerar o ritmo de crescimento da nossa economia e aumentar a riqueza produzida e a sua distribuição de forma equitativa para todos.
Os últimos quarenta anos foram igualmente marcados pela“briga” em torno de um “bolo”, avaliado em cerca de 1,5 mil milhões de dólares! O novo rumo terá como prioridade fazer crescer esse “bolo” de forma a beneficiar mais pessoas e famílias. 

A nossa riqueza reside na diversidade! Diversidade cultural, diversidade étnica, biodiversidade, e sobretudo, diversidade ao nível dos recursos económicos. É essa diversidade que nos distingue e que nos torna únicos entre os povos. Nesse sentido, devemos sempre agir com o intuito de potencializar essa diversidade e fazer dela uma força motriz para a mudança de rumo que é exigida aos Guineenses nos tempos que correm.

Por razões climáticas temos um território fértil, onde chove durante pelo menos cinco meses ao longo do ano, onde existe abundância de terra arável que, infelizmente, apenas uma ínfima parte é ainda aproveitada. A maior parte da nossa população dedica-se à agricultura. Temos, por isso, todas as condições necessárias para a prática da agricultura, com potencialidades para produzir um conjunto diversificado de produtos, quer de renda quer alimentares, produtos aos quais podemos acrescentar valor antes de exportar, mas também que nos podem permitir reduzir o volume de importações (sobretudo do arroz) e travar a saída de divisa para o exterior. 

A localização geográfica do nosso território é propícia para o ciclo de vida e reprodução dos recursos haliêuticos. Estima-se uma capacidade anual de captura de todas as espécies em cerca de 700 mil toneladas, sendo que actualmente apenas capturamos aproximadamente 100 mil toneladas por ano. Temos um sector com grandes potencialidades para, se integrado com a economia nacional, podermos criar muitos postos de trabalho para os nossos jovens e mulheres.

Temos um país que inclui um arquipélago constituído por aproximadamente 90 ilhas, classificado como reserva da biosfera e que faz encantar os olhos de qualquer turista, pela fauna e flora. O potencial do turismo para o crescimento económico é enorme. Estamos apenas a umas escassas 4 horas de viagem da Europa, um dos maiores mercados do turismo. Se desenvolvido, o sector poderá impulsionar igualmente o desenvolvimento de um conjunto de outros serviços colaterais, criando emprego, sobretudo para jovens e profissionais qualificados do sector.

Não podemos continuar com o mesmo modelo económico assente na “mono produção/exportação” de matérias-primas. A diversificação é o rumo que devemos tomar por forma a alimentar a esperança dos nossos filho e netos. É imperativo que os próximos quarenta anos sejam benéficos para todos os Guineenses.
Existem, porém, constrangimentos que devemos eliminar por forma a diversificar a nossa economia.

Precisamos de criar condições para incrementar os níveis de poupança de forma a aumentar o investimento interno e, ao mesmo tempo, estimular o investimento directo estrangeiro. Não é por falta de código de investimento que não conseguimos atrair mais investidores. Para atrairmos mais investidores precisamos de reduzir os custos de fazer negócio na Guiné-Bissau. Foram dados alguns passos nesse sentido, mas precisamos de fazer muito mais. Ainda no domínio do investimento, precisamos de políticas públicas que sejam coerentes e que incentivem o investimento privado. 

Precisamos, de igual modo, de leis que regem o negócio, que sejam do domínio público, aplicadas, e que o sistema que dirime os conflitos de negócio seja célere, fiável e ao alcance de todos.
Precisamos de dotar o nosso sector público-administrativo com recursos necessários para responder de forma célere e eficaz a todas as solicitações.


Precisamos de ter um sector energético rentável e que funcione, por um lado, para prestar um serviço de qualidade aos cidadãos e, por outro lado, para reduzir os custos de estruturas das empresas. É necessário também desenvolvermos um sector portuário atractivo e funcional.

No estádio de desenvolvimento em que as economias mais avançadas se encontram, o sector das telecomunicações e das Tecnologias da Informação e Comunicação constituem um dos pilares da competitividade.

E é com o auxílio das Tecnologias da Informação e Comunicação que me dirijo a todos vós neste dia em que comemoramos mais um aniversário da nossa independência. Gostaria de deixar uma homenagem a todos aqueles que sacrificaram as suas vidas em prol desta pátria. 

Ganhámos a Luta de Libertação, mas estamos a perder os sucessivos desafios de desenvolvimento nacional.

Caros Compatriotas, 

A Guiné-Bissau precisa de um novo rumo e eu preciso do vosso apoio.

A minha vontade é de que os próximos quarenta anos sejam de transformação na nossa nação, através da redefinição da nossa identidade, bem como do nosso reposicionamento em África e no mundo, se respeitarmos três princípios fundamentais: LIDERANÇA HONESTA, DISCIPLINA DE EXECUÇÃO e SUPREMACIA DO INTERESSE NACIONAL.

Juntos no na muda rumo!

Muito obrigado.





Paulo Gomes

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