terça-feira, 3 de setembro de 2013

Presidente de transição da Guiné-Bissau admite pela 1ª vez que eleições podem ser adiadas

O Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, admitiu hoje (03 de Set) pela primeira vez que as eleições gerais marcadas para 24 de Novembro podem ser adiadas.

O chefe de Estado falava no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, em Bissau, antes de partir para um encontro com o Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé.

Questionado pelos jornalistas sobre a preparação das eleições gerais na Guiné-Bissau e sobre a possibilidade de adiamento, o Presidente de transição admitiu hoje que "todos os dados estão em cima da mesa".
"Se houver dinheiro" e "encurtando prazos, é possível" ainda realizar as eleições a 24 de Novembro  referiu.
No entanto, "estão todos os dados em cima da mesa, depois se verá", acrescentou Serifo Nhamadjo.

A 82 dias da data escolhida para as eleições, a Assembleia Nacional Popular ainda não concluiu a discussão sobre a alteração das leis eleitorais, falta realizar o recenseamento e todo o processo carece de um financiamento pela comunidade internacional.

As respostas podem surgir num encontro a agendar em breve "com todos os parceiros", referiu hoje o Presidente de transição.

"A Guiné-Bissau não pode resolver o problema das eleições", visto tratar-se de um processo que "tem que ser comparticipado pela comunidade internacional", acrescentou.

Serifo Nhamadjo pediu ainda "tranquilidade" e "consenso", ao ser confrontado pelos jornalistas com os alertas sobre eventual instabilidade feitos a meio de agosto num discurso do chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai.

O líder dos militares, que protagonizaram um golpe de Estado a 12 de abril de 2012, disse que "não vai haver uma guerra", mas poderá haver "problemas" se as eleições gerais no país não forem bem preparadas.
"Isso escapou-me", disse Serifo Nhamadjo, a propósito das declarações de António Indjai.
"Seja como for, é sentimento de todos os guineenses que as eleições sejam realizadas de forma tranquila" e para isso todos devem colocar "o país acima dos interesses pessoais para que não haja fricções", referiu.

Para o Presidente de transição, preparar este cenário é um trabalho de todos: "a tranquilidade é um imperativo e o consenso deve ser alcançado seja a que custo for", concluiu.

Serifo Nhamadjo desloca-se hoje a Conacri para preparar com o Presidente do país vizinho a próxima cimeira da Organização para o Aproveitamento do Rio Gâmbia (OMVG) prevista para Outubro.

A presidência da organização está atualmente entregue à Guiné-Bissau e dela fazem ainda parte o Senegal, Gâmbia e a Guiné-Conacri.
Lusa - 03 Setembro de 2013

1 comentário:

  1. Claro que sem condições as eleições serão uma farsa e dão lugar a fraude gigantesca. Neste caso, mais vale realizadas com segurança e condições mínimas.Não Quer dizer que eu esteja solidário com o adiamento porque os responsáveis deviam prever as consequências antes de marcar a data da sua realização.

    ResponderEliminar

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público