domingo, 27 de outubro de 2013

Mudança, um processo inevitável

Mudança, ninguém se mantém igual durante ela, e é para mim um dos motivos para achar de importante os passos que asseguram a capacidade de mudança. E, de todas as mudanças que se verificam, para que elas não sejam só de qualquer forma, mas sim de evolução.

Mudar é uma lei da vida e é inevitável, muda-se para melhor ou para pior, o fato é que mudanças são necessárias para se adaptar a vida e as pessoas que fazem parte delas. O que faz de uma pessoa mais especial que outra, ou uma coisa mais especial que a outra em nossas vidas é o rumo dessa mudança.

O que eu acredito ser mais especial ainda são as realidade dessa vida é que nos inspiram mudanças, não acredito que existam pessoas que conseguem encobrir a mudança de uma realidade, simplesmente em determinados pontos ou questões, os sentimentos que temos por alguém nos muda, mas por fim acabaremos de acatar sempre com a sentença da realidade.

Logo nos primeiros momentos após o 12 de Abril e a instauração do governo de transição, perante avanços e recuos, classifiquei a solução proposta pela CEDEAO de mal necessário tratando-se de uma solução de retorno a ordem constitucional possível... Porque, não sendo possível uma outra no momento aplica-se a possível no sentido de poder avançar para uma normalidade desejável. E, não devendo-nos perder de vista que naquelas circunstancias o "retorno" a ordem constitucional não significava uma reposição aritmética das pedras anteriores.

Dei dicas da solução negociada pela CDEAO, pela firmeza e determinação deveu-se na convicção de que essa organização nunca estava a fazer o caminho sozinho, a União Africana e as Nações Unidas estarão sempre com ela... E, os países reconhecendo ou não com o tempo vão mudar de atitude sob penas de ficarem a margem de uma solução que acabará por ser aceite de facto, sendo a saída bem preferível de que o recurso à violência como maneira de tentar resolver o problema com que o país se confronta. 

Nao deixei de sublinhar que o posicionamento do PAIGC, com todo respeito, mas estava errado, ao ter como base uma solidariedade parcial que a priori pouco olhava pelo interesse nacional que está em jogo, mas que paulatinamente virou-se dando mãos a palmatória e de fazer a correcção da falha com eficácia.

Por outro lado, fiz apelo em vários artigos escritos aos Guineenses de considerarmos a fase de transição como um momento mais uma vez especial, durante o qual todos devemos estar empenhados para que as condições necessárias sejam reunidas par iniciar o processo de retorno a normalidade constitucional no tempo estipulado... 

Falei do optimismo que não gera violência nem preconiza uma solução que se apoia no recurso a meios radicais da defesa dos interesses de uma minoria que se considera intelectual e civilizada, mas que se inspirava no pessimismo que não permite ver uma saída benéfica para o que nos une, optando pela invasão do país pelos estrangeiros.

Chamei atenção na necessidade de aceitarmos que o 11 de Abril pertença ao passado, estando o 12 Abril feito, então  juntos vamos tentar fazer o que e possível para conseguirmos consolidar o que a Guine-Bissau precisa, uma paz progressiva e cada vez mais efectiva sem saltar etapas neste dos passos importantes do nosso difícil processo. 

Mas o temperamento estava bem quente e o orgulho estava em alta, cada um inspirava-se em honra de fazer valer a sua decisão inicial... Infelizmente depois de terem feito pagar o povo o custo de tanta miséria e sofrimento que os acontecimentos de 12 de Abril veio agravar, levando com que muitos assumissem atitudes encomendadas de fora por pessoas que nunca se preocuparam com a Guine-Bissau, mas que provavelmente sempre sonharam com uma Guiné-Bissau em maus lençóis, na altura, decidiram sonhar acordados, levando com isso um arrastamento penoso para os carenciados constituídos pela maioria dos guineenses. 

Compromisso de alguns e a tendência de outro neste caso, o interesse sempre esteve na base das alianças cuja defesa exige as tomadas de posição que tristemente tivemos que ouvir e aturar por alguns nacionais e estrangeiros que nem políticos são  e de outros países que nada fizeram se não defender segmente alianças. 

Seja como for, as mudanças de atitude e de procedimento está-se a verificar em todos os países e em todos os dirigentes, sem excepção,  certo é que muitos contribuíram para o tão elevado tempo que a transição fez e que ainda está  a fazer.

De nada vele isolar um país como a Guiné-Bissau e esperar que faça alguma eleição, porque significa esperar algo de acontecimento bem longe e imprevisto. 
Certo é que a maioria de 1,6 milhões de população residente sofre sem que muitos tenham nada a ver com o que os poucos fizeram.

As mudanças inevitáveis que os factos concretos da realidade nos impõe está a fazer com que a Guiné-Bissau, os guineense e toda a comunidade mundial comece a ter um credito na próxima marcação de data para ida as urnas. Ou então, de um  apoio concertado, rápido, seguido e sem demoras, para que o mês de Novembro ainda não escape, mas a Guiné-Bissau saia dessa mais longa transição dolorosa da história politica do país.
Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
Nota: Leia mais analises do PONTO DI MIRA, a partir do domingo de manhã da próxima semana. Até lá 

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