sábado, 28 de dezembro de 2013

Representante ONU na Guiné-Bissau quer esclarecimento sobre incidente com TAP

O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, instou na sexta passada o Governo e as autoridades judiciais guineenses a esclarecerem os incidentes com a TAP, forçada a transportar 74 sírios com passaportes falsos para Portugal.

Em nota distribuída à imprensa, Ramos-Horta enalteceu o facto de o Governo ter mandado instaurar um inquérito que apurou que a ordem de embarque forçado dos sírios foi dada pelo ministro do Interior, Anónio Suca Ntchama, e que as conclusões das averiguações foram enviadas ao Ministério Público.

O representante especial do secretário-geral da ONU saúda o envio para a Procuradoria-Geral da República do relatório da comissão para procedimento judicial "contra todos os envolvidos", ao mesmo tempo que insta o Governo a "dar mostras claras de que está seriamente empenhado em acabar com a impunidade" no país.

O Procurador-Geral guineense, Abdu Mané, informou no mesmo dia (sexta 27 de Dez.), em nota pública de esclarecimento, que vai mandar abrir um processo disciplinar e posteriormente criminal contra o diretor-geral da Polícia Judiciária, Armando Namoncthe, por este se ter negado a prender o ministro do Interior.

A Procuradoria considerou que António Suca Ntchama é culpado de conduta ilegal por ter pressionado a tripulação da TAP a transportar os 74 sírios para Portugal, onde acabariam por pedir asilo político.

A Lusa está a tentar obter reações do diretor-geral da PJ e do advogado do ministro do Interior, mas sem sucesso.

O representante da ONU em Bissau diz que regista "com preocupação" as conclusões do inquérito sobre a passagem dos sírios em Bissau, nomeadamente pelo facto de existir uma "rede criminosa transnacional envolvida no movimento ilegal de pessoas" para a Europa, a operar na Guiné-Bissau.

Ramos-Horta congratula-se pelo facto de as autoridades guineenses se terem prontificado em informar a Interpol sobre este facto. Enaltece, contudo, o facto de Bissau se ter prometido levar à justiça os elementos integrantes dessa rede.

Na sequência do incidente, a TAP cancelou os voos para Bissau e anunciou na quinta-feira que realiza no dia 30 de dezembro o último voo com escala em Dacar, através da Senegal Airlines.
Lusa - 27 de Dezembro de 2014

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