Candidatura de Nabian afasta rejeição de resultados
No documento assinado pelo diretor nacional de campanha, Juliano Fernandes, eram apontadas eventuais falhas à votação na primeira volta e sugeridas correções que se agora não fossem acauteladas podiam "porventura dar azo a renitência em reconhecer os resultados".
A nota de protesto da candidatura a que a Lusa teve acesso é de 27 de abril e a CNE respondeu no dia 05 de Maio, manifestando preocupação em relação ao posicionamento que a direção da campanha de Nabian "parece querer vir a assumir, que é aquele de uma possível recusa de resultados".
Contactado pela agência Lusa, Juliano Fernandes refere que não há "nenhuma razão para preocupação" no conteúdo da nota emitida pela campanha.
"Olha-se para os resultados, vemos votos em branco e nulos e pensamos que podíamos ir lá buscar mais, se fossem válidos. É nessa perspetiva, não é que haja uma predisposição para pôr em causa os resultados", sublinha.
"Nós fizemos isso, muito sinceramente, apenas para arrolarmos a nossa contribuição para uma maior transparência e perenidade do processo de votação: não há aqui qualquer renúncia, nem faria sentido", referiu.
Ao falar de eventual renitência em aceitar resultados, Juliano Fernandes explica que não se trata de "contestação".
"Quem quiser ler [a nota] com olhos de ver jamais poderá concluir que há aqui qualquer prelúdio, tanto mais que estamos convencidos que vamos ganhar as eleições, mas somos democratas e daí o candidato ter assinado o documento", um compromisso público de aceitação de resultados.
No entanto, no entender de Juliano Fernandes, dizer que se reconhecerá os resultados "não inibe que se chame a atenção" para eventuais problemas que, mesmo sem evidências de que tenham acontecido, são suscitados em conversas informais.
A nota de protesto referia-se por exemplo à forma como os votos são dobrados, "com tinta acabada de ser colocada no boletim" sob pena de borrar outra zona da folha e tornar o voto nulo.
Ou ainda à possibilidade de alguns boletins de voto serem usados ainda envolvidos em plástico, situação que o próprio Juliano Fernandes reconhece ser muito improvável.
Ainda assim, é da opinião que mais vale fazer o relato como contributo endereçado à CNE.
"Não houve nenhum contencioso eleitoral que fosse desencadeado por nós [na primeira volta]. O nosso espírito não é esse", concluiu.
José Mário Vaz, apoiado pelo PAIGC, candidato mais votado na primeira volta, e Nuno Nabian, apoiado pelo PRS (principal partido da oposição), concorrem à segunda ronda das eleições presidenciais na Guiné-Bissau marcada para domingo.
Ambos prometeram aceitar qualquer resultado numa cerimónia organizada pelo presidente de transição, Serifo Nhamadjo, e perante elementos da comunidade internacional a 30 de abril.
Lusa 14 de Maio de 2014
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