sábado, 13 de setembro de 2014

Familiares de Roberto Cacheu e do Iaia Dabó  insurgem contra o livro do Fernando Gomes

Os familiares de Roberto Ferreira Cacheu, antigo secretário de Estado da Cooperação Internacional e do major Iaia Dabó, um ex-policia, ambos mortos quando Fernando Gomes era ministro do Interior, insurgiram-se em carta aberta contra o livro de Fernando Gomes, antigo Ministro do Interior na altura desses assassinatos.


O livro intitulado: Direitos Humanos na Guiné-Bissau, com o prefácio do antigo presidente português, Mário Soares e lançado esta quarta-feira, em Bissau, foi contestado pelos familiares das vítimas.
Na carta, os signatários alertam que os direitos humanos não devem traduzir-se em oportunidades. Porque, são valores intemporais, permanentes e vinculam os homens, quer sejam titulares dos órgãos, quer sejam simples cidadãos.

Na altura dos acontecimentos (as mortes de Roberto ferreira Cachéu e Iaia Dabo) Fernando Gomes era Ministro do Interior. E os familiares dizem agora não compreender por que o político não se demitiu do cargo em nome da defesa dos direitos humanos. “Afinal onde está a legitimidade deste homem hoje para dedicar escrito aos direitos humanos: só pode ser na liberdade de expressão contra a ética”, notaram em carta na posse de O Democrata.

No entendimento dos signatários da carta pública que contesta o livro de Fernando Gomes, os direitos humanos não são “ uma retórica” nem “fantasia” muito menos são simples proclamações ou ciência de especulações”, mas sim têm uma existência real e traduzem-se no direito à integridade física, moral, direito à vida, à liberdade de opinião e do direito de oposição, entre outros.

As investigações ainda estão em curso, e familiares lembram que os direitos humanos de ontem são os mesmos que de hoje “e que quem os desprezou ontem é mesma figura que hoje lhes presta homenagem”, referem.

Reagindo contra a carta aberta, Fernando Gomes disse estar de consciência tranquila e disponível a se apresentar em qualquer tribunal.
Quanto ao livro lançado na passada quarta-feira, em Bissau, Fernando Gomes explica que o instrumento é resultado de resposta ao pedido dos amigos e activistas dos direitos humanos.

Fernando Gomes regressou ao país no mês passado, depois de estar refugiado em Portugal na sequência do golpe militar de abril de 2012, e hoje apresenta um livro intitulado: Direitos Humanos na Guiné-Bissau, com o prefácio do antigo presidente português, Mário Soares.
Fernando Gomes é fundador e primeiro presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos.
O Democrata, 11 de Setembro de 2014

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