quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

MENSAGEM DO ANO 2016

Queridos irmãos e caros compatriotas! (CLICA PARA OUVIR)
Chegamos mais um fim de ano com incertezas... E mais um novo ano com esperança adiada. 
A mesma rotina que um guineense sempre foi imposto, não por mérito, mas pela incompetência comprovada dos que se auto-proclamam de experientes na administração da coisa publica ou de serem garantes de estabilidade e que assumem de profissão como políticos.

Estamos outra vez, perante um ano novo, sem conseguirmos reverter a fadiga da instabilidade que data de longe, criada num sistema de sucessões da falta de entendimento, que interrompe as inteligências, que corrompe as moderações e que acaba com os espíritos de bom senso para a coabitação precisa. 

Ao longo dos anos, a humildade e sofrimento do guineense foi retribuído de forma ingrata e impiedosa dos "ditos políticos", com as maliciosas vivências da instabilidade, onde os protagonistas vão buscar razões no conflito geracional, na maioria das vezes, culparam a classe castrense. 
Mas a forte esperança renascida com as eleições de 2014, muitos ficaram convencidos que o país superou esse problema.

Afinal, muitos de nós, eu inclusive, estávamos profundamente enganados... Porque o PAIGC no seu máximo, a convivência nunca é de um entendimento interno. Os tratos são de tensões frequentes, com relacionamentos de hipocrisia, de tratos fingidos, de divisões e de grupinhos. 
Uma formação politica estimada pelo povo, mas pela sua natureza de ser, aquece por dentro e explode para atingir acertadamente o seu melhor amigo - "o povo".

A abertura democrática no país, deu caminho a muitas formações politicas, se calhar, um dos países com maior numero de partidos políticos legalizados na costa ocidental africana, deduzo... Mas que não passam de uma quantidade exorbitante sem nenhuma qualidade.

PAIGC já provou ao longo de muitos anos que não consegue produzir nem apresentar soluções pela natureza incapacitada a culpa de si mesmo. E, o pior é que o grosso da oposição não aparenta ser alternativa, mas sim espaços de refúgio de pessoas envolvidos em crimes, dos ditos empresários em fuga ao fisco, de pessoas descontentes ou dissidentes, ou então dos que simplesmente são obstaculizadores de quem governa para tirar aproveito de beneficio pessoal.
Tudo isso nos leva a acreditar na lógica de quem diga que na Guiné-Bissau  partidos no seu verdadeiro sentido de palavra, não existem, o que existe são pessoas dedicadas em táticas de enganar o povo e que estão a sobreviver a volta de umas siglas em nome de partido. 

Queridos irmãos e caros compatriotas
O mais dramático é que o problema não circunscreve só a nível partidária, como também atinge a nossa magistratura suprema da nação. Onde reparamos que todos os nossos compatriotas que tiveram coragem em desafiar o mal estar do país e de assumirem-se de garantes da estabilidade, desiludiram o país  e penalizaram o povo com graves sofrimentos. Varias vezes, com comportamentos de maneira pessoal, onde a ganância e a arrogância acabam de matar o espírito de bom senso, factor que sustenta a moderação para o alcance do jurado garante da estabilidade

Por alem de Malam Bacai Sanha que chegou doente no poder e por pouco tempo. Sem contar com os de transição, que são limitados em poder de mandato. 
Todos os presidentes, de uma ou de outra forma, conseguiram marcar profundas decepções ao povo guineense. Com ações, decisões e praticas, muita das vezes aquém da boa conduta de um estadista, e de usarem mais o coração do que cabeça no mandato presidencial
Isso provocou o chumbo de todos, no controlo do regime que estão a dirigir e na falha total em materialização do importante papel de garantir a paz e a estabilidade prometida e jurada.
Como prova, nenhum chefe de estado conseguiu chegar ao fim do seu mandato e nem lá saiu de forma digna.

Um cenário que de nada se devia repetir, depois de forte e atribulado período transitório que seguiu o golpe de 12 de Abril,  que terminou com uma forte aderência popular verificada nas urnas de 2014, sinal de forte esperança que restituiu o país a normalidade constitucional.
    
Mas, os rumores que começaram na campanha eleitoral e nos primórdios da entrada em função dos órgãos da soberania. As fofócas de coabitação desagradável se fez sentir, em consequência, todas as preocupações de garantia da paz e da estabilidade caiu por terra. 
A crise voltou a caraterizar o país, o medo, a tensão e a fragilidade das instituições piorou, com o papel do Presidente da republica fortemente abalado, dentro de apenas um ano e quatro meses de mandato, já soma a rotatividade de três chefes do governo. De forma inédita empossou um governo de 24 horas e em consequência sofreu uma forte derrota judicial na produção de um decreto presidencial inconstitucional (formal e material).  

É verdade que um dirigente se deve qualificar num exemplar e duma figura que orgulha o seu povo, mas os nossos não só nos envergonham como também nos tiram a voz quando o país é só referenciado em distinções desagradáveis;

É verdade que um cidadão titular de  órgão de soberania merece um elevado prestigio, mas os nossos embora de pouco ou nada se preocupam em fazer para a firmeza dessa distinção, ainda nos levão em desespero e nos provocam espíritos de revolta.

Caros compatriotas guineenses
De toda a esperança e força da vontade popular que virou a pagina para a maior tábua de salvação da nação e da nossa democracia; Mais uma vez, o país e o povo guineense perdeu oportunidade de ver  único governo a dar inicio  e permanecer até ao fim de uma legislatura. 
Neste momento, o país anda coxo, com um governo mutilado e de muletas a beira de mais uma queda... 

Quanto a magistratura suprema, o presidente da republica continua a cumprir o seu mandato, se calhar, poderá chegar de forma inédita os seus cinco anos na chefia de estado. 
Há quem diga que, o homem não teria alcançado o possível se, repetidas vezes, não tivesse tentado o impossível. Mas, conforme o ambiente desconfortável instalado no interior dos partidos e entre os partidos, o que agora evoluiu numa confusão total e ódio no seio da classe politica. O papel moderador da estabilidade do chefe de estado, dificilmente ira coseguir conter essa exaltação descontrolada de emoções e de ter um mandato tranquilo. Significando isso que, o mais provável é, um mandato presidencial repleto de crises e de guerras politicas, onde a totalidade dos cinco anos do Presidente da Republica passarão só em gerir problemas e sucessões de crise. 

Se de facto conduzir uma nação e a liberdade de um povo não é um luxo dos tempos de bonança; mas sim é, sobretudo, o maior elemento de estabilidade das instituições. É porque devemos partilhar um facto indesejado para se afirmar; uma situação arrepiante para se pronunciar; mas é uma realidade analítica para se descrever... "Estamos perante uma legislatura frustrada".

Contudo, as coisas que nos parecem impossíveis, também podem ser conseguidas através de uma teimosia pacífica. Por isso, ainda se mantém o velho ditado de que a esperança é ultimo a morrer... 
Certo é que, o  grande presente que agora temos é mais um novo ano, onde a tradição é de renovar as esperanças e de desejar a obtenção de tudo de bom e de melhor ainda não alcançado.
É mais um momento de festa, de alegria, de felicidade e que requer muita calma. 
A calma necessária, para que possamos todos reflectir bem, de julgarmos a nós mesmos, onde cada um de nós em privado consiga fazer um balanço de todo o percurso falhado e do que queremos dessa vida. 

2015 já vai a caminho e 2016 é agora o nosso presente... Por isso, seja ela qual for o resultado do balanço efectuado, agradeço que sejamos unânimes no espírito de entendimento; que sejamos unânimes na implementação do nosso projeto comum "Guiné-Bissau"; de nunca desistirmos de lutar pelo que que queremos e do que sonhamos... A paz, a tranquilidade e desenvolvimento da Guiné-Bissau. Sempre com esperanças de que um dia vamos vencer esse mal estar.... 
Lembremos sempre que a vida é feita de percalços e desilusões, o que não significa que tenhamos de desistir, após cada derrota, não... mas sim, devemos saber procurar dentro de cada ponto negativo que a vida nos impõe, o lado positivo deste mesmo ponto.
Porque na verdade, ninguém é  capaz de correr atrás do tempo,  muito menos retroceder-se ao passado..

Caros irmãos e queridos compatriotas guineenses
Termino pedir a todos... Vamos aproveitar bem o nosso tempo presente, a cada minuto, da melhor maneira possível e de forma digna. De vivermos com alegria, amor, amizade e acima de tudo, com imenso prazer de estarmos neste mundo e de sermos guineenses.
Bem haja e um bom ano para todos.
Samba Bari - Licenciado em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada de Lisboa
                   Prorietario e editor do Rispito.com / Proprietario e administrador da Radio Rispito Online

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