sexta-feira, 3 de março de 2017

Governo quer limitar participação de estrangeiros na campanha de caju

Image result for caju da guine bissauO Governo da Guiné-Bissau quer limitar aos cidadãos do país a compra da castanha do caju, principal produto de exportação guineense, de acordo com um decreto a que a agência Lusa confirmou ter acesso.
O decreto preparado pelo ministro do Comércio e Promoção Empresarial, Vítor Mandinga, aguarda pela promulgação do Presidente guineense, José Mário Vaz.

Se a proposta for promulgada, o "intermediário de escoamento" do caju guineense - atividade exercida essencialmente por cidadãos da Mauritânia e da India - terá que possuir Bilhete de Identidade da Guiné-Bissau, caso contrário não pode exercer aquela atividade.
É considerado intermediário de escoamento qualquer pessoa ou empresa que se dedica à compra da castanha de caju mediante um contrato com o intermediário do posto que é, por sua vez, quem compra o caju ao produtor.

O presidente da associação dos Mauritanos na Guiné-Bissau, Sidi El Moktar, diz que os comerciantes naturais do seu país irão respeitar a medida do governo guineense, mas lamenta a situação por "limitar a concorrência".
Doravante, o intermediário de escoamento para obter licença do governo guineense para operar na campanha do caju, além do Bilhete de Identidade, ou Cartão de Eleitor, terá que possuir ainda armazém e número de identificação fiscal, todos documentos autenticados pelo notário.
Em caso de dúvida sobre a autenticidade dos documentos apresentados, ao intermediário será exigido, pelo Ministério do Comercio e Promoção Empresarial, a cópia da certidão de nascimento e, no caso de o empresário ter adquirido a nacionalidade guineense, a cópia do Boletim Oficial (Diário da República) com a decisão do Governo em conceder nacionalidade ao inquirido.

Na semana passada, o responsável pelo dossiê da Guiné-Bissau no Fundo Monetário Internacional, Felix Fisher, chamou a atenção para o que diz ser uma "medida perigosa" e aconselhou o Governo a não avançar com a mesma.
Segundo disse, a decisão pode limitar a concorrência e desta forma prejudicar os produtores tendo em conta a reduzida oferta, salientou.

Mama Saliu Lamba, presidente da Câmara de Comércio, aplaudiu a medida que considera ser capaz de "tirar o país da pobreza extrema", levar os operadores económicos a organizarem-se melhor e ajudar o Governo.
Saliu Lamba entende que "há muito barulho" à volta de um projeto que disse ser "bem-vindo" e que não limita a participação dos estrangeiros na atividade do caju.
O caju da Guiné-Bissau é normalmente comprado por operadores naturais da Mauritânia e da India, principal mercado do produto.
A Guiné-Bissau é considerada o quinto maior produtor da castanha do caju, a seguir da Costa do Marfim, India, Vietname e Brasil.
Lembra-se que na última safra, o país  exportou cerca de 200 mil toneladas.
Rispito.com/Lusa, 03-03-2017

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público