sábado, 1 de abril de 2017

Polémica no arranque da campanha de caju

A Guiné-Bissau fez, nesta sexta-feira, 31, a abertura oficial da comercialização da castanha de caju, que é o seu principal produto de exportação. Mas a medida está a ser polémica, porquanto exclui operadores externos do processo – estes estão proibidos agora de comprar directamente o caju aos produtores nacionais.

Image result for caju da guine bissauConforme a imprensa local, cada quilograma da castanha de caju, vai ser vendida por 500 Francos CFA (o equivalente, em euros, a 76 cêntimos). Além disso, por cada tonelada exportada, o Estado irá arrecadar uma taxa de 1150 dólares.

O ministro do Comércio e Promoção Empresarial anuncia que, só em taxas de exportação do caju, o Governo irá arrecadar este ano cerca de 12 milhões de dólares. Vítor Mandinga realçou que isto se deve ao facto de a Guiné-Bissau ser actualmente o "quinto produtor mundial e o segundo produtor africano da castanha de caju".

Conforme a RFI, o governo institucional considera que as perspectivas são boas para a campanha em causa, porque conta vender a totalidade da castanha de caju a ser produzido no país. A previsão é para atingir cerca de 250 mil toneladas, daí o lema desta campanha ser "Tolerância zero à saída clandestina do caju". É que, segundo estimam as autoridades locais, cerca de 50 mil toneladas do caju guineense saem do país, através do contrabando, para países vizinhos.

Image result for caju da guine bissauEntretanto, a campanha da venda do mesmo produto arranca no meio de uma grande controvérsia. Tudo porque o Governo acaba de proibir que os operadores económicos estrangeiros comprem directamente o caju aos produtores. Ou seja, a partir de agora, os compradores terão que provar que são guineenses, através do Bilhete de Identidade (ou Cartão de Eleitor), mas também terão que possuir um armazém assim como o número de identificação fiscal.

A fazer fé nas fontes referidas, esta medida é vista como sendo proteccionista pelos críticos do governo e da regulação do sector do caju, conforme confirmou o próprio ministro do Comércio, Vítor Mandinga.

Referindo-se sobre este particular, o Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou também que esta medida é "perigosa" e aconselhou Bissau a não a internar a venda do mesmo produto. Isto deve-se nomeadamente ao facto que, limitando a concorrência na compra, os produtores podem sair prejudicados.

Leitura bem diferente tem o presidente da Câmara do Comércio, Saliu Lamba, para quem esta medida tirará o país da "pobreza extrema". Em 2016, a Guiné-Bissau exportou 200 mil toneladas de caju, segundo indicam as autoridades locais.
Rispito.com/A Semana, 0104-2017

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público