Aumenta pressão para que Presidente cumpra Acordo de Conacri
Após fim do prazo dado pela CEDEAO, União Africana reafirma determinação para que Presidente nomeie novo primeiro-ministro. Governo proibiu manifestação nas ruas, mas movimentos prometem protestos.
Aumenta a tensão política na Guiné-Bissau após terminar, nesta quinta-feira (25.05), o prazo de trinta dias dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para que se cumpra com o Acordo de Conacri assinado pelos atores políticos, com objetivo de acabar com a crise política e institucional na Guiné-Bissau.
Perante a teimosia do Presidente guineense, José Mário Vaz, em não escutar os apelos dos parceiros internacionais, dos partidos políticos e da sociedade civil, e em meio à acusações e ameaças entre as forças políticas em Bissau, o representante da União Africana (UA) no país, Ovidio Pequeno, lamenta a falta de respeito aos cidadãos.
"De que vale tanta arrogância, tanta falta de respeito, tanta falta de educação, tantos pronunciamentos que possam incitar a violência, tanta ausência de poder e de quórum que é exigido aqueles que têm a função de nos proteger, nos ajudar e de nos indicar os caminhos da paz e estabilidade social?", lamenta-se Ovídio Pequeno.
O representante da UA reafirmou a determinação dos parceiros na implementação do Acordo de Conacri: "Daí venha a necessidade de tudo fazer para não comprometer a geração futuro. Não podemos falhar".
Entretanto, o regime no poder proibiu esta sexta-feira (26.05) a manifestação pacífica agendada para este sábado (27.05) pelo Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) para exigir a renúncia do Presidente e a reabertura das escolas públicas, em greve há mais de duas semanas.
Mesmo com o impedimento da marcha, o MCCI afirma que vão sair à rua este sábado (27.05.), disse o porta-voz, Sumaila Djaló, afirmando que a proibição é "ilegal".
"É uma decisão inconstitucional, que não vamos atender. Portanto, não há condições para cumprir essa ordem. Vamos sair à rua. Nós não vamos à revelia da ordem das nossas autoridades, mas sim, vamos cumprir com os dispositivos legais que nos assistam", garante.
Sumaila Djaló sustenta ainda que a marcha é mesmo para exigir a renúncia do Presidente, que, na opinião do MCCI, não tem condições para continuar a dirigir o país. "Há muito que não tem condições para continuar, desde que disse que não vai dissolver o Parlamento bloqueado há mais de dois anos, não nos deu outra escolha que seja pedir a sua demissão".
Entretanto, em comunicado, os sete partidos que se opõem ao regime no poder, agrupados no Espaço de Concertação Política dos Partidos Democráticos, incluíndo o PAIGC, partido vencedor das últimas eleições legislativas, mas fora da governação, convocaram os seus militantes a se juntarem a marcha pacífica deste sábado.
"O Espaço exorta a todos os dirigentes, militantes e simpatizantes do PAIGC, do PCD, da UM, do PND, do PUN, do PST e do MP, e a todo o povo guineense, a se juntarem ao Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados e a saírem à rua neste sábado, 27 de maio, e nos dias subsequentes, para exigirem a reposição da ordem constitucional e assumirem o poder que lhes pertence, pois em democracia o poder pertence ao povo e só é legítimo quem respeita a vontade do povo", lê-se no documento.
O grupo de sete partidos acusou ainda o Presidente José Mário Vaz, de ter dado um golpe de Estado por ter, alegadamente, rejeitado, um acordo internacional para acabar com a crise política.
Rispito.com/DW, 26/05/2017
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