segunda-feira, 23 de outubro de 2017

PRS e as Demandas da Governação

PRS e as Demandas da Governação: “a amplitude atual do PRS, simplesmente, ultrapassa a capacidade do Alberto Nambeia”

Antecipadamente, gostaria de apontoar as razões dessa abordagem, que se relaciona do seguinte. Optei em restringir essa abordagem das demandas de governação em relação apenas ao Partido da Renovação Social (PRS), pois, atentando a situação política na Guiné-Bissau, ultimamente, ou do próprio crescimento do PRS. Os indicadores apontam ao partido dos renovadores como potencial vencedor das futuras eleições no país, principalmente legislativas, prevista para próximo ano, 2018. Com essa tendência, temos um PRS ainda numa situação muito a quem de corresponder as demandas de governação, ou por outra forma, os renovadores não estão fazendo menor questão de potencializar as suas forças face às demandas de governação que mira o partido.

Também, disponho em expor essas colocações desde já, para não esperar a consumação desse despeito, cuja as consequências aprofunda mais ainda a situação grave do desenvolvimento socioeconômico do país e do bem-estar da população, que tanto já sofreu. Para lá, não adiantará algum esforço, apenas nos restará a lamentar, como uma situação da água já derramada na areia, impossível de recuperar.

Na minha observação da conjuntura política da Guiné-Bissau, considero PRS como potencial candidatura vencedora das eleições que se vizinham, principalmente legislativa. Pois, considero o sistema político guineense de bipartidário, apesar de reconhecer ligeiro destaque e evolução do APU-PDGB, liderado por Nuno Nabiam, mas essa situação ainda não é consolidada. Portanto, o sistema político guineense bipartidário, é disputado entre PRS e PAIGC, este último, como é da ciência de todos, enfrenta a mais crispada crise da sua história no seu seio, prova disso, a falta de consenso para persecução do seu governo já há mais de dois (2) anos.

Ainda, considerando o sistema político bipartidário, a oposição do PRS, que se trata do PAIGC, submetido num forte crise, que cada dia se aprofunda mais, postergando as soluções da mesma, ou possibilidades de diálogo em busca de consenso para um futuro incerto. Com essa situação, causa dissidência de muitos militantes do PAIGC para outras formações políticas. O que leva a duvidar desta vez, da tão famosa capacidade política dos camaradas do PAIGC em deixarem as suas desavenças para se unirem para as disputas eleitorais.

PRS, apesar das tendências da situação política guineense atual, também mira as possibilidades de governação do país, por isso urge a sua estruturação e aparelhamento face aos desafios da mesma. Mas os fatos reais da atitude do próprio partido indicam contrário, o que a meu ver, deve relacionar-se da falta de aspiração para melhor corresponder a esses desafios da situação almejada, principalmente, por parte da direção de liderança do partido.

Situação do PRS

Temos um partido (PRS), desde 2014, com enormes dificuldades para se identificar ou reconhecer a sua importância e desafios. Num primeiro momento, PRS abdicando-se totalmente da sua missão confiada pelo povo de oposição e fiscalização da governação do PAIGC. Posteriormente, com exacerbação da crise interna do PAIGC, rápido e voluntariamente, PRS se envolveu nessa crise tomando partido do grupo dos 15. Enquanto que, devia manter a sua neutralidade na crise, envolvendo apenas para mediá-la.

Tem-se um partido (PRS), que decidiu renovar o mandato da sua direção anterior com uma expressão de maioria qualificada de voto dos delegados representantes dos seus militantes no seu último congresso. Como motivos disso, é apresentada o mérito da grande capacidade do líder do PRS, Sr. Alberto Nambeia, do seu caráter conciliador e pacificador, isso em detrimento de considerar a capacidade política, técnica e intelectual do líder do partido. 

Se forem considerados os aspectos da capacidade política, técnica e intelectual, mesmo não muito rigoroso, certamente, os atuais líderes do PRS, seu presidente, como Secretário Geral, não acenderiam a essas funções. E, os aspectos da capacidade política, técnica e intelectual, totalmente ignorados no critério de avaliação na escolha dos dirigentes do PRS, evidentemente, eventuais dirigentes das funções do governo do país, são muito determinantes para atender as demandas de governo. 

Como alguém disse: “A amplitude atual do PRS, simplesmente, ultrapassa a capacidade do Alberto Nambeia”. Contudo isso, ainda dá tempo para tentar acertar essa equação, tentando equilibrar as valências dos elementos da mesma, isso, na alocação dos demais membros da estrutura da direção do partido ainda por completar.

Nessa questão de transcendência da amplitude do PRS em relação a capacidade política, técnica e intelectual dos seus líderes, já foi sentido desde últimos períodos da liderança do seu líder histórico, Dr. Koumba Yalá. Por esse fato, Koumba foi obrigado a deitar as cartas, retirando-se da política ativa. 

Irmãs e compatriotas, vamos deixar de promover as lideranças ditas apenas carismáticas, porém, desprovido de instrução devido face aos desafios das suas funções. Acredito que PRS realmente tem potencialidade enorme para qualquer desafio de governação, entretanto, já é momento de empreendê-la, dando garantia desse seu potencial para corresponder às expectativas dos guineenses para seus governantes.

Assiste-se um crescimento acelerado do PRS em todas as subdivisões sociais do povo e regionais da Guiné-Bissau, nesse aspecto, aplaudo ao partido. Porém, com as euforias da ambição do PRS para ascender no poder, constata-se uma forma de acolhimento e promoção de cariz populista desses novos aderentes a família dos renovadores.

Ultimamente, é comum ouvir notícias dos militantes doutros partidos que decidiram mudar para PRS. Dentre eles, muitos alegam a falta de proporcionar as oportunidades que anseiam pessoalmente ou profissional pelos seus anteriores formações políticas. Essa situação visa essencialmente a projeção e expansão de apoio popular do partido para ascender no poder, para depois, em contrapartida retribuir a esses novos aderentes ao partido as tais oportunidades que alegam ter privados nos seus partidos de descendência. Isso, ao invés de desde já o partido começar a estruturar-se as suas potencialidades baseado nas condições potencial dos seus militantes, tanto os veteranos do partido, e como os novos aderentes, face as demandas do governo de país que mira brevemente.

A afirmação da potencialidade do partido, como já manifestei o meu reconhecimento disso, não pode ser pelas pré-campanhas eleitoral intensiva em todo país, apenas através de torneios de futebol e mega cerimônias de militância dos novos membros do partido. Porque não expor essa potencialidade do partido de uma forma mais racional e responsável? Pode ser através das reflexões e debates abertas com população, apresentando visão e estratégia do partido para desafios do desenvolvimento do país no seu futuro possível governo, igualmente, auscultar as perspectiva do povo sobra a questão.

As Demandas de Governação

Em termos teóricos, a discussão sobre demandas da governação política vaga desde muito tempo. Tem até algumas posições defendendo que é uma qualidade nata e outras que é aprendida no dia a dia com muito suor e quedas, e preparo intelectual ou académico. Na minha modesta opinião, os encarregados ao governação política devem ser capazes ou habilitados em conciliar quanto máximo possível todos os aspetos dessas perspectivas. Não apresentar apenas um em especialidade. Isso considerando o sistema globalizado do mundo que hoje vivemos, movidos de vários interesses e proporciona várias oportunidades, a nível nacional, regional, continental e mundial.

Portanto, do PRS, a Guiné-Bissau demanda o seu melhor a oferecer, pois a missão de governação que lhe queira delegar tem muitos desafios e árduos. O próprio partido precisa ter consciência dessa responsabilidade, e estruturar-se numa liderança forte e muito bem instruída, capaz de aspirar os desafios da responsabilidade da sua missão aos seus militantes, como também à população guineense em geral.
Bem haja Guiné-Bissau

Nataniel José Sanhá (Graduando em Ciências Econômicas, no Brasil)
E-mail: nataniel005@hotmail.com
OBS: Todas as palavras aqui transcritas, são da inteira responsabilidade do seu titular (autor)




5 comentários:

  1. Caro Nataniel,
    Li atentamente o sua reflexão e achai-a um tanto contraditória, s não vejamos:
    Quando aponta o PRS como( quase com uma certeza infalível) o vencedor das próximas eleições e logo a seguir aponta o fato do mesmo ter se aliado ao grupo dos 15, e mais, apontando a sua liderança de incapacitada é incompetente, e por ultimo, de ser um partido que não apresenta ideias de governação, não promove debate público e não apresenta estratégia de governação, preferindo o cominho de populismos e promessas vãs de oportunidades para os aderentes ao partido.
    Essa contradição para mim demostra a própria contradição do PRS, um partido que se diz reformado e moderno, mas que continua com uma liderança incompetente. 1-Não se pode admite que, segundo as demandas atuais que você apontou, o PRS continua a apostar num líder incapaz e incompetente.
    2- o PRS continua na sua senda de poder a todo o custo. Vale tudo para estar no poder, mesmo que a isto implica parar o País, provocar a paralisação do funcionamento do aparelho do estado, tais como, educação, saúde, etc..
    3- Parar as reformas que o próprio partido votou e tomou parte( programa do governo, e PEN " Terra Ranka"), tudo para estar a mandar.
    4- Aliar- se a 15 indivíduos desprovidos da ética e moral como intuito de derrubar um governo consensual da qual fazia parte.
    Poderia continuar aqui a indicar dezenas de fatos que mostram que infelizmente o PRS continua a ser um partido, sem orientação, sem uma estratégia política, um partido que age de forma oportuna e leviana, sem ter em conta os reais interesses do País.
    O PAIGC, tendoba liderança muitonmais competente e tecnicamente mais capaz, saberá usar estes fatos para ganhar as próximas eleições;
    1- o PRS será responsabil Dado pela desgovernação vigente.
    2- será responsabilizado pelo apoio a má governação do PM da iniciativa presidencial( apoiou)
    3- pela destruição ( isso é recorrente) do aparelho público, pela introdução de centenas de trabalhadores de forma não criteriosa.
    4- pela traição ao PAIGC, que lhe deu oportunidade de em conjunto governarem para trabalharem um projeto comum de desenvolvimento nacional( arruinado pelo PRS), tudo para poder estar ele no poder, mesmo perdendo eleições.
    Enfim mau caro , o povo não irá perdoar o PRS, essas ida em massa para o esse partido, como disseste é bem não passa de uma luta pela sobrevivência, por causa da fome em parte causado pela irresponsabilidade do próprio PRS. Uma ve frustradíssima as suas adpiracoes, voltarão ou votarão pelos seus partidos.
    Obrigado

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    1. Meu caro Paulo, agradeço pelo seu comentário, apesar de discordar consigo em alguns aspectos.

      Não tenho alguma filiação politica partidária na Guiné-Bissau, por enquanto. Portanto, sendo um cidadão atento e sempre preocupado com situação do pais, por isso fiz questão de expor essa minha constatação da situação politica atual e sua tendencia para futuro.

      Não estou sendo nada contraditório, e sim realista com os fatos. Observando a conjuntura sócio-político da Guiné-Bissau, é evidente a expansão exponencial do PRS, mesmo não for da minha pretensão, é um fato. Foi isso que mostrei, depois coloquei as minhas indagações para com a situação do partido face aos desafios que podem ter na governação do país.

      Meu caro, também, vou discordar consigo, na quetão de responsabilizar ao PRS por único cúmplice da atual situação de impasse politica no país, pois, acho que está sendo muito injusto no seu julgamento nesse aspecto. PRS pode ter uma certa cumplicidade na questão, mas o principal responsável da atual crise política do país é o PAIGC, portanto, quem deve ser responsabilizado por tudo isso, é o próprio PAIGC. Vamos ser responsáveis para assumir a nossa responsabilidade dos nossos atos, e evitar de tentar crucificar a todo custo um bode expiatória.

      Um abraço,

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    2. Caro Nataniel,
      Se olharmos com muito cuidado sem preconceitos e afinidades, veremos que, a responsabilidade atribuída ao PAIGC, muitas vezes é injusta, tendo em conta o grau de responsabilidade( relativamente à crise vigente).
      Não responsabilizar o PRS, como o maior responsável a seguir ao PR, para mim é distorcer a realidade dos fatos.

      Na senda de uma nova perspectiva política, conducente à promoção de uma alternância e partilha pacíficas do poder, uma vez que havia ficado bem patente, segundo muitos teóricos políticos que, os conflitos políticos na Guiné , ao contrário do que se pensava, residia essencialmente na falta de alternância do poder, ou seja " virava- se o disco e tocava-se sempre a mesma música ". Entendeu- se então, experimentar a fórmula de inclusão dos perdedores, aliás, altamente aconselhada é aplaudida pela comunidade internacional, após as eleições, de forma a permitir a todos os partidos com assento parlamentar participar no processo governativo. Essa fórmula proporcionaria um período de transição política pacífica, se quisermos, um período de paz entre ganhadores e perdedores, um pacto político e governativa que criasse condições para a implementação de medidas estruturantes, que permitisse o País elevar em curto prazo alguns indicadores de desenvolvimento, de forma a alavancar a médio longo prazo outros indicadores macros. Relembro que, o primeiro ano de governação sob a fórmula acima descrita, correu as mil maravilhas; o programa do governo e o orçamento aprovados por unanimidade,a governação ( exceptuando algumas falhas ), de modo geral a correr bem, muitas mediadas( algumas até bastante inovadoras) a serem implementadas, enfim, parecia que, de fato havíamos alcançado a tal paz, ou melhor o tal pacto de estabilidade política há muito almejado por todos.
      O PRS deita tudo a perder.
      1- Apoia um grupo de dessidentes do PAIGC( convém, dizer que existiram, existem, e irão sempre existir dessidentes em todos os partidos da Guine e pelo mundo fora e o próprio PRS não é imune a este fenómeno).
      2- Alia- se ao presidente na sua luta contra o PAIGC e o seu líder, mostrando claramente que preferia ser ele a governar ( deitando por terra o pacto de governação partilhada).
      Se o PRS fosse um partido responsável, preveria este cenário em que nos encontramos, perfeitamente evitável, se o PRS fosse um partido responsável, com uma estratégia política e governativa comprometidos com o País e com o povo, deixaria de lado a ganância, a cede do poder a todo o custo. A fome pelo poder era tanta que valia tudo, ainda que para isso o pacto tivesse que ser quebrado, o Plano Estratégico Nacional tivesse que ser posto de lado, os ganhos da mesa redonda de Bruxelas deitados ao lixo.
      A política não pode e nem deve ser uma luta de vale tudo porque envolve muito mais que o "estar no poder".
      O PRS ao aproveitar-se, dos problemas internos do PAIGC, ( até aí nada contra, práticas recorrentes na política)para reclamar para si a governação, sem avaliar os riscos e as consequências dessa traição ao pacto governativo, criou condições para o bloqueio institucional que se verifica, e com consequências incalculáveis e imprevisíveis para o País, de forma propositada e consciente, pensando só e só nos ganhos partidários.
      Por isso penso que, os maiores responsáveis é o PR e PRS( curioso que isso até rima), pela falta de alcance estratégico e pela falta de visão periférica ante e pós a "cabala" política que culminou com o derrube do primeiro governo do PAIGC.

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