sexta-feira, 17 de novembro de 2017

CONTESTADO GOVERNO DE SISSOCO EMBALÓ JÁ CONTA UM ANO DIA 18 DE NOVEMBRO

O Executivo, liderado por Umaro Sissoco Embaló, de 44 anos, tomou posse a 18 de Novembro de 2016, após a assinatura, em Outubro do mesmo ano, do Acordo de Conacry, baseado no roteiro de seis pontos assinado em Bissau, dois meses antes.

O Acordo de Conacry pretendia pôr fim à crise política instalada no país, depois de o chefe de Estado, José Mário Vaz, ter demitido das funções de Primeiro-ministro Domingos
Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das legislativas de 2014.

O objectivo, tanto do roteiro de Bissau, como do Acordo de Conacry era a criação de um Governo consensual integrado por todos os partidos políticos com assento parlamentar e a nomeação de um Primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, bem como a reintegração no PAIGC de um grupo de deputados expulsos.

Mas, pelo contrário, o Acordo de Conacry veio adensar a crise política na Guiné-Bissau, quando o Presidente decidiu nomear Umaro Sissoco Embaló para Primeiro-ministro.

Segundo uma parte dos signatários do acordo, o nome escolhido para Primeiro-ministro terá sido o de Augusto Olivais, mas o chefe de Estado entendeu que não e nomeou um chefe de executivo que reúne o apoio da maior parte dos deputados do parlamento, que está encerrado.

Em entrevista quarta-feira, à rádio alemã DW África, o Primeiro-ministro guineense afirmou que "já nem fala do Acordo de Conacry", salientando que o PAIGC é que não está a cumprir a sua parte.

Na mesma entrevista, insistiu que a crise deve ser resolvida entre os guineenses e com as eleições legislativas previstas para 2018.

A comunidade internacional tem uma opinião diferente, tal como o mediador da crise na Guiné-Bissau, o presidente da Guiné-ConacrY e presidente em exercício da União Africana, Alpha Condé, que lamentou na quinta-feira, não ter anunciado em Conacry o nome escolhido para Primeiro-ministro do país.

Em Bissau, as organizações internacionais representadas no país voltaram a pedir na quarta-feira, o cumprimento do Acordo de Conacry.

Em relação à oposição, realizou quinta-feira, uma manifestação pela democracia e contra o Presidente, que foi reprimida pela polícia, com um saldo de dez feridos. Para esta sexta-feira, está marcado um novo protesto.

Enquanto a crise política se adensa e provoca cada vez mais divisões na sociedade guineense, o Governo de Umaro Sissoco Embaló tem recolhido apoios do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e de outras instituições financeiras internacionais.

O FMI tem elogiado os "desenvolvimento positivos" da economia do país, com previsões de crescimento de 5 por cento para este ano e 2018, bem como as reformas estruturais realizadas pelo actual Governo.

A Guiné-Bissau e o Banco Mundial assinaram recentemente uma Parceria de Desenvolvimento para três anos, um projecto que incide junto das comunidades, cujo valor é de 90 milhões de dólares (cerca de 77 milhões de euros). Paralelamente, tem apoiado projectos para a ligação do país ao cabo submarino de fibra óptica e para apoio ao sector do fornecimento de água e energia.
Rispito.com/Angop, 17-11-2017

1 comentário:

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público