CONTESTADO GOVERNO DE SISSOCO EMBALÓ JÁ CONTA UM ANO DIA 18 DE NOVEMBRO
O Executivo, liderado por Umaro Sissoco Embaló, de 44 anos, tomou posse a 18 de Novembro de 2016, após a assinatura, em Outubro do mesmo ano, do Acordo de Conacry, baseado no roteiro de seis pontos assinado em Bissau, dois meses antes.
O Acordo de Conacry pretendia pôr fim à crise política instalada no país, depois de o chefe de Estado, José Mário Vaz, ter demitido das funções de Primeiro-ministro Domingos
Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das legislativas de 2014.
O objectivo, tanto do roteiro de Bissau, como do Acordo de Conacry era a criação de um Governo consensual integrado por todos os partidos políticos com assento parlamentar e a nomeação de um Primeiro-ministro de consenso e da confiança do chefe de Estado, bem como a reintegração no PAIGC de um grupo de deputados expulsos.
Mas, pelo contrário, o Acordo de Conacry veio adensar a crise política na Guiné-Bissau, quando o Presidente decidiu nomear Umaro Sissoco Embaló para Primeiro-ministro.
Segundo uma parte dos signatários do acordo, o nome escolhido para Primeiro-ministro terá sido o de Augusto Olivais, mas o chefe de Estado entendeu que não e nomeou um chefe de executivo que reúne o apoio da maior parte dos deputados do parlamento, que está encerrado.
Em entrevista quarta-feira, à rádio alemã DW África, o Primeiro-ministro guineense afirmou que "já nem fala do Acordo de Conacry", salientando que o PAIGC é que não está a cumprir a sua parte.
Na mesma entrevista, insistiu que a crise deve ser resolvida entre os guineenses e com as eleições legislativas previstas para 2018.
A comunidade internacional tem uma opinião diferente, tal como o mediador da crise na Guiné-Bissau, o presidente da Guiné-ConacrY e presidente em exercício da União Africana, Alpha Condé, que lamentou na quinta-feira, não ter anunciado em Conacry o nome escolhido para Primeiro-ministro do país.
Em Bissau, as organizações internacionais representadas no país voltaram a pedir na quarta-feira, o cumprimento do Acordo de Conacry.
Em relação à oposição, realizou quinta-feira, uma manifestação pela democracia e contra o Presidente, que foi reprimida pela polícia, com um saldo de dez feridos. Para esta sexta-feira, está marcado um novo protesto.
Enquanto a crise política se adensa e provoca cada vez mais divisões na sociedade guineense, o Governo de Umaro Sissoco Embaló tem recolhido apoios do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Mundial e de outras instituições financeiras internacionais.
O FMI tem elogiado os "desenvolvimento positivos" da economia do país, com previsões de crescimento de 5 por cento para este ano e 2018, bem como as reformas estruturais realizadas pelo actual Governo.
A Guiné-Bissau e o Banco Mundial assinaram recentemente uma Parceria de Desenvolvimento para três anos, um projecto que incide junto das comunidades, cujo valor é de 90 milhões de dólares (cerca de 77 milhões de euros). Paralelamente, tem apoiado projectos para a ligação do país ao cabo submarino de fibra óptica e para apoio ao sector do fornecimento de água e energia.
Rispito.com/Angop, 17-11-2017
Abram a ANP para vermos se este governo tem a tal maioria.
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