quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Governo senegalês vai reprimir severamente tráfico de madeira após massacre em Casamança

Related image
Ismaila Madior Fall
O Governo do Senegal anunciou que vai acentuar a repressão sobre o tráfico de madeira na região florestal de Casamança (sul), após o massacre que matou 13 jovens no que parece ser um "acerto de contas" entre madeireiros.

A decisão foi anunciada pelo ministro da Justiça senegalês, Ismaila Madior Fall, que garantiu que irá ser revista a política penal naquela região que já foi considerada como o "celeiro" do Senegal, com fronteiras a norte com a Gâmbia e a sul com a Guiné-Bissau.

"O Ministério da Justiça vai tomar todas as disposições para acentuar a repressão às operações ligadas ao tráfico de madeira na região, que se fundamentará nas disposições legais, como os códigos Penal e Florestal", acrescentou, sem avançar pormenores.

Hoje também, as forças policiais e armadas senegalesas continuam no terreno à procura dos autores do massacre de 13 jovens ligados a um madeireiro local, aparentemente envolvido no tráfico de madeira, ocorrido na floresta de Borofaye, nas proximidades de Ziguinchor, capital da província de Casamança.

Agora pode subscrever gratuitamente as nossas newsletters e receber o melhor da atualidade com a qualidade Diário de Notícias.

Entretanto, em Paris, o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês lançou um "alerta ao viajante", em que avisa os cidadãos franceses que pretendam deslocar-se a Casamança, ou que já lá se encontrem, a terem cuidados especiais face à possibilidade de uma operação militar de envergadura na região.

"Está a ser preparada uma operação militar [das Forças Armadas senegalesas] que vai prolongar-se por vários dias. Por conseguinte, é desaconselhada formalmente qualquer deslocação a essa zona a sul de Ziguinchor, junto à fronteira com a Guiné-Bissau, até novo aviso", lê-se no texto divulgado no sítio do ministério francês.

Além do aparente tráfico de madeira, Casamança está há 35 anos a braços com uma rebelião independentista que reivindica a secessão daquela província do sul do Senegal.

O Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC), que luta desde 1982 pela secessão da província, num comunicado, já condenou o massacre e demarcou-se do incidente, apontando o dedo a responsáveis administrativos e militares locais, que "lideram uma vasta rede clandestina e de venda ilegal de madeira".

Em 35 anos, o conflito em Casamança fez milhares de vítimas, civis e militares, nomeadamente devido ao rebentamento de minas, bem como milhares de deslocados e a devastação da economia da província, outrora considerada o "celeiro" do país, pois era a região que abastecia o país com produtos agrícolas.
Rispito.com/DN. 11-01-2018

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público