quarta-feira, 14 de março de 2018

Reunião convocada pela Presidência "não deu em nada"

Partidos políticos com assento parlamentar recusaram discutir com Presidente impasse político que o país vive. Partidos que não marcaram presença no encontro dizem que esta é mais uma “manobra de diversão” de "Jomav".

A reunião convocada esta quarta-feira (14.03.) pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, que pretendia discutir o impasse na formação de Governo de Artur Silva, ficou marcada pela ausência de quatro dos cinco partidos políticos com assento parlamentar e signatários do Acordo de Conacri, instrumento que visava por fim à crise política que o país vive há mais de dois anos. 

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o Partido da Convergência Democrática (PCD), União para a Mudança (UM) e Partido da Nova Democracia (PND) alegam que este encontro não passa de uma "manobra de diversão” do Presidente para ganhar tempo.

Em entrevista à DW África, Vicente Fernandes, que fala em nome dos partidos políticos signatários do Acordo de Conacri que se ausentaram do encontro, considera que o Presidente continua  pouco sensato: "Não podemos acompanhar o Presidente da República nesta fantochada”, começa por afirmar Vicente Fernandes, acrescentando que "infelizmente ele [o Presidente] tem a sua estratégia muito própria, nomeando os primeiros-ministros sem respeitar a Constituição e muito menos o Acordo de Conacri”.

José Mário Vaz insiste nas negociações e marcou um novo encontro para a próxima terça-feira (20.03.).

Para Braima Camará, coordenador do grupo alargado dos 15 deputados expulsos do PAIGC, a nova data deverá ser "uma oportunidade para que todos os atores políticos possam reconsiderar as suas posições” para que se encontre "uma saída mais consensual para a crise”.

Sobre o encontro desta quarta-feira (14.03.), Braima Camará disse estar consciente de "que sem a presença de todas as partes é sempre difícil encontrar uma solução".

A Aliança das Organizações da Sociedade Civil participou no encontro, no entanto, saiu insatisfeita. O seu presidente Fodé Carambá exige mais do Presidente José Mário Vaz. "Não estamos satisfeitos com os resultados da reunião porque não deu em nada.

Quero que o Presidente assuma a sua responsabilidade para buscar saídas para a crise”, afirmou Fodé Carambá, notando que faltam poucos dias para o "inicío da campanha de comercialização da castanha de caju e da campanha agrícola” e, por isso, "o país não pode continuar assim”. "Com ou sem o Acordo de Conacri o Presidente deve encontrar uma solução”, asseverou.

A crise política que já dura há mais de dois anos na Guiné-Bissau tende a piorar a cada dia que passa sem que os políticos sejam capazes de encontrar soluções. Todas as negociações que visaram encontrar soluções fracassaram.

Ainda esta quarta-feira (14.03), o primeiro-ministro Artur Silva condicionou as deslocações em missão de serviço ao estrangeiro dos ministros do Governo cessante. Em comunicado divulgado à imprensa, o primeiro-ministro refere que a representação da Guiné-Bissau em eventos internacionais no exterior vai passar a ser feita pelos embaixadores, sempre que houver representação diplomática.
Rispito.com/DW, 14-03-2018

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