quinta-feira, 5 de abril de 2018

Homenagem a Kumba Ialá divide partidos sobre o legado do falecido PR guineense 

As cerimónias de homenagem a Kumba Ialá, falecido faz hoje quatro anos, tem estado a dividir os dois partidos que reclamam o legado do ex-Presidente da Guiné-Bissau, que morreu aos 61 anos vítima de doença súbita.

Dezenas de guineenses homenagearam hoje Kumba Ialá, com deposições de coroas de flores na sua campa na fortaleza de Amura, onde funciona o Estado-Maior das Forças Armadas, enquadrados por dois partidos: O Partido da Renovação Social (PRS) e a Aliança do Povo Unido - Partido Social-Democrata da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Em declarações aos jornalistas, os dirigentes dos dois partidos reclamaram a legitimidade de herança do legado de Kumba Ialá.

Antes das homenagens partidárias, Joana Nhanca, uma irmã de Kumba Ialá, liderou a romaria à campa do falecido Presidente guineense, à frente de uma delegação de elementos da Funkoya, a fundação recentemente criada para dar continuidade ao pensamento e obra do político.

Sob o olhar incrédulo dos militares em serviço no Estado-Maior das Forças Armadas, as caravanas partidárias chegaram, em cortejos, depositaram flores e depois falaram para os jornalistas.

Certorio Biote, vice-presidente do PRS, afirmou que o seu partido é "o legítimo continuador de Kumba Ialá".

"O PRS foi fundado por Kumba Ialá. Falar de Kumba Ialá é falar do PRS", sublinhou Certorio Biote que considera o dia de hoje triste, mas também de orgulho pelo legado deixado por Kumba Ialá que disse ser "um ideólogo e promotor da democracia" na Guiné-Bissau.

Agostinho da Costa, sobrinho de Kumba Ialá, que se desvinculou do PRS para se juntar a APU-PDGB, partido liderado por Nuno Nabian, candidato apoiado por Kumba Ialá nas últimas eleições presidenciais em 2014, acusou o PRS de traição ao seu fundador.

"O PRS traiu Kumba Ialá através de um golpe de Estado", ocorrido em setembro de 2003, afirmou Agostinho da Costa, antigo secretário de Estado do Ambiente para acrescentar que Nuno Nabian é "o legítimo substituto" de Kumba Ialá na política guineense.
Rispito.com/DN, 05-04-2018


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