sondagem "Vozes do Povo" indica que Guiné-Bissau está na direção errada
Sondagem inédita na Guiné-Bissau revela que grande parte da população não confia nos políticos. Estudo "Vozes do Povo" coloca PAIGC como favorito nas eleições legislativas.
"O povo não gosta da injustiça social no país e não gosta de ver que uma classe política minoritária seja privilegiada, deixando de lado os seus interesses. Há uma preocupação de que as disputas políticas dêem origem a conflitos violentos na Guiné-Bissau. Há também um descontentamento grande na forma como os dirigentes dos partidos estão a conduzir o país", afirmou à DW África Miguel Carter, diretor do DEMOS.
A sondagem financiada pela União Europeia (UE) mostra que, se as eleições legislativas fossem agora, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) conquistaria 42% dos votos, o Partido da Renovação Social (PRS) ficaria com 20% e o grupo dos 15 deputados expulsos do PAIGC somaria apenas 3%.
O representante da UE na Guiné-Bissau, Vítor Madeira dos Santos, frisa que cabe agora aos atores políticos melhorar as estatísticas. "Os dados são indicativos e os atores políticos podem lê-los da maneira que quiserem. Agora, eles refletem, sim, e de uma amostragem com uma margem de erro bastante limitada, aquilo que os guineenses fariam se fosse hoje", diz.
Madeira dos Santos considera que o estudo é um instrumento importante para compreender a condição social da população da Guiné-Bissau. "Cerca de 30% dos guineenses não completaram sequer os estudos primários, mas isso é extremamente importante para a compreensão de questões mais complexas que a população não sabia responder", explica.
"Cerca de 50% dos inquiridos tiveram muitas dificuldades em responder o que é a democracia, mas aqueles que responderam sabem bem o que ela representa, e sabem, sobretudo, que não querem viver numa ditadura", acrescenta.
O estudo "Vozes do Povo" é tido como uma pesquisa inédita, ao revelar as opiniões da sociedade guineense como um todo sobre um vasto leque de temas, incluindo a vida pública do país, a qualidade da governação e a sociedade. A pesquisa mostra, por exemplo, que um em cada quatro guineenses tem dificuldades em aceder a comida e metade da população tem problemas no acesso à água, sobretudo no interior do país.
A sondagem baseia-se numa metodologia do Afrobarómetro, que promove sondagens noutros 37 países africanos. A amostra foram 1.200 pessoas, residentes em 150 distritos, distribuídas por todo o território nacional. Os dados foram recolhidos entre 17 de junho e 8 de julho deste ano.
Rispito.com/DW, 18-07-2018
E a figura do chefe de Estado "JOMAV "? ou é mais uma DESINFORMAÇÃO?
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