Documentos de Cabral em Portugal têm de vir para Cabo Verde ou Guiné-Bissau
A líder do maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV) defende que os documentos de Amílcar Cabral que se encontram na Fundação Mário Soares, em Portugal, têm de ficar em Cabo Verde e na Guiné-Bissau.
À margem da visita que Janira Hopffer Almada realizou à sede da Associação dos Combatentes da Liberdade da Pátria (ACOLP), na cidade da Praia, a líder de PAICV disse aos jornalistas que estes documentos do fundador da nacionalidade devem ser "objeto de um tratamento emergencial".
"Temos acompanhado a incerteza sobre a Fundação Mário Soares e achamos que é uma oportunidade para os importantes documentos sobre a luta pela libertação, o PAIGCV e o fundador da nacionalidade Amílcar Cabral virem definitivamente para África e para Cabo Verde e Guiné-Bissau", disse.
E acrescentou: "Estes documentos, por traduzirem a nossa história, devem ser antes de mais objeto de um tratamento emergencial que passa pela sua conservação e salvaguarda, sem prejuízo de se acautelar a recolha, o transporte e a guarda provisória".
Janira Hopffer Almada sublinhou que Cabo Verde tem a Fundação Amílcar Cabral, presidida pelo antigo combatente e ex-Presidente Pedro Pires que, "pelo seu percurso, o seu saber e grande prestígio, poderá dar uma grande contribuição e será um parceiro fundamental neste processo".
"Esta é uma questão de Estado que deve merecer um tratamento de Estado que implica que o Governo faça uma articulação positiva com o Estado da República da Guiné-Bissau", pois "é preciso definir quais os documentos devem ficar em Cabo Verde e na Guiné Bissau", sustentou.
Para Janira Hopffer Almada, "há um princípio que estes países não podem abrir mão: esses documentos devem estar em Cabo Verde e/ou na Guiné-Bissau".
Para tal, acrescentou, é preciso definir critérios, contando com a ajuda da filha de Amílcar Cabral, Iva Cabral.
A dirigente do PAICV defendeu ainda a criação de um protocolo entre Cabo Verde e a Guiné-Bissau "de cooperação e cultura para salvaguardar e garantir a transmissão para as novas gerações da história".
Em novembro passado, Pedro Pires transmitiu ao Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, preocupação com o futuro de escritos originais do "pai" da nação, depositados na Fundação Mário Soares, em Lisboa, que atravessa problemas financeiros.
Rispito.com/Lusa, 18-01-2018
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