segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Geraldo Martins analisa em livro "Desilusão" crise política na Guiné-Bissau

O antigo ministro das Finanças guineense Geraldo Martins apresentou hoje em Bissau o livro "Desilusão - Governação, Exercício Político, durante a Nona legislatura na Guiné-Bissau", no qual analisa a crise política no país.
No livro "procuro resumir a minha experiência na governação e a minha análise do que considero ser as causas e motivações sobre esta crise política", afirmou Geraldes Martins.
A Guiné-Bissau vive uma crise política desde 2015, na sequência da demissão do primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as legislativas de 2014.
Geraldo Martins integrou o Governo de Domingos Simões Pereira como ministro da Economia e Finanças.
No livro, o escritor explica a "crise inesperada" no país quando estavam reunidos "todos os ingredientes" para que a legislatura chegasse ao fim.
"Um Presidente da República da cor partidária do partido maioritário na assembleia, um parlamento com maioria absoluta de um partido, um Governo inclusivo, além disso os primeiros sinais de governação eram promissores e fizeram os guineenses sonhar que desta vez era possível", disse o economista.
É neste contexto, salientou o escritor perante dezenas de pessoas que participaram no lançamento do livro, que "surge a desilusão".
"Hoje vemos o que está a acontecer com o país. Temos uma crise política há três anos, temos um envolvimento muito forte da comunidade internacional na tentativa de resolução da crise política, temos desentendimentos profundos entre as mais altas hierarquias do Estado, temos instituições paralisadas em conflitos umas com as outras, temos um isolamento internacional com os parceiros de desenvolvimento a prescindirem da Guiné-Bissau", afirmou.
Para Geraldo Martins, a Guiné-Bissau é um país que deixou de ser frequentado.
"Nos últimos três anos, nenhum Presidente da República de nenhum país do mundo visitou a Guiné-Bissau, nenhum primeiro-ministro visitou a Guiné-Bissau, somos um país internacionalmente isolado", lamentou.
O livro, com 146 páginas, está dividido em 13 capítulos que retratam as motivações, na opinião do autor, que levaram à crise política que a Guiné-Bissau está a viver há três anos.
Geraldo Martins é dirigente do PAIGC e um quadro do Banco Mundial, tendo trabalhado como consultor em várias organizações internacionais.
O economista, que também é licenciado em Direito e em Ciências Físico-Químicas, publicou em 2017 o romance literário "Mil Pedaços de Amor".
Rispito/Lusa, 07-01-2019

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