A Semana de Cabo-verde qualifica JOMAV de um Presidente ditador
De forma ditatorial, sem sentido de Estado e responsabilidade, JOMAV pode, segundo vários analistas, levar a Guiné-Bissau a uma guerra civil de consequências imprevisíveis.
É que o mandato do Presidente termina no domingo, mas José Mário Vaz continua sem nomear um primeiro-ministro, que deve ser o atual líder do PAIGC, vencedor das legislativas de 10 de Março. Vaz volta a recusar o nome de Domingos Simões Pereira como novo chefe de Governo, devido, segundo ele, a "divergências", desrespeitando assim o mais importante: a vontade do povo que escolheu nas urnas Domingos Simão Pereira como PM, pondo em causa a ordem democrática e constitucional no país de Amílcar Cabral.
Para observadores atentos, a comunidade internacional tem que ser mais dura, obrigando o PR, agora apelidado de Pôncio Pilatos da Guiné, a respeitar os resultados eleitorais, a vontade da população expressa nas urnas e a Constituição da República.
Como dizem alguns jovens que anunciam sair em protestos pelas ruas, « já é hora de dar um basta a JOMAV, que é o único responsável pela instabilidade politica na Guiné», em conluio com o Madem-G 15 e PRS - quem não ganhou eleições não pode governar. «JOMAV é que tem que ir embora, porque está isolado no país e internacionalmente - já não tem condições para ser chefe de Estado da Guiné-Bissau e nem pode recusar um Primeiro-ministro (DSP), que foi escolhido através do voto popular», contestam fontes deste jornal na Guiné-Bissau, pedindo à CEDEAO para aplicar sanções duras ao presidente e seus apoiantes - militares que mudaram de tática (deixaram alegadamente de dar golpe de Estado mas pressionam o PR a nomear o PM que querem), dirigentes dos partidos da oposição e homens de negócios já conhecidos. Há quem inclusive proponha abertura de investigações para se apurar que interesses estão atrás de tudo isto.
Todos holofotes estão virados para esse impasse pós-eleitoral na Guiné-Bissau. Ao que a DW-África apurou, o Presidente guineense enviou esta sexta-feira de manhã (21.06) uma carta ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) a explicar porque recusa o nome do líder do partido mais votado nas legislativas, Domingos Simões Pereira, para o cargo de primeiro-ministro.
Na carta, o Presidente invoca dificuldades de coabitação com Simões Pereira, alegadamente por persistirem "divergências que estiveram na origem da crise político-institucional que o país viveu recentemente". José Mário Vaz refere ainda que isso foi agravado com supostos apelos à "sublevação militar" e com a "falta ao dever de respeito institucional consubstanciada em insultos, impropérios e inverdades" dirigidos ao chefe de Estado.
Segundo a mesma fonte, Aly Hijazi, secretário nacional do PAIGC, confirmou que o partido recebeu uma carta da Presidência guineense "para ser entregue diretamente ao presidente", Simões Pereira. Recusou-se, no entanto, a adiantar detalhes sobre o conteúdo da missiva.
Os advogados do PAIGC estão agora a analisar a carta da Presidência da República, um dia depois de o Bureau Político do partido voltar a nomear Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro, depois de José Mário Vaz recusar a primeira indicação.
País sem Governo, com greves e hospitais paralisados
Entretanto, dois dias do fim do mandato de José Mário Vaz, porta-voz da juventude do coletivo dos partidos da maioria parlamentar, Dionísio Pereira, chamou a atenção para o estado do país.
"Esta é a primeira vez que o mandato de um Presidente da República termina, e termina num contexto em que o próprio povo da Guiné-Bissau foi convocado para ir às urnas e escolheu um partido. Nós já temos o Parlamento constituído e estamos há mais de cem dias sem um Governo. A par disso, registam-se vários problemas sociais: greves no setor da educação e na Função Pública, e hospitais paralisados", lembrou Pereira.
"Qual é a leitura do povo sobre isso? Alertamos o povo para estar atento, para acompanhar este período, que é um momento histórico na vida política da Guiné-Bissau", acrescentou.
Pressão externa
A fazer fé na fonte referida, esta sexta-feira, o embaixador norte-americano Tulinabu Mushingi voltou a apelar ao respeito pela Constituição da República e à nomeação de um primeiro-ministro o mais breve possível.
"Uma vez realizadas as eleições legislativas, o povo da Guiné-Bissau espera pela nomeação de um primeiro-ministro, isso é claro para os Estados Unidos da América", disse Mushingi.
Manifestação
Os apelos ao Presidente guineense para nomear um novo primeiro-ministro continuam também por parte da sociedade civil.
O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados, constituído na sua maioria por jovens estudantes, acusa o chefe de Estado, José Mário Vaz, de agir à margem da Constituição da República.
Sana Canté, presidente do movimento, anunciou em conferência de imprensa que os jovens vão sair às ruas de Bissau na próxima segunda-feira, logo após o fim do mandato de José Mário Vaz. Canté pede ao presidente do Parlamento, Cipriano Cassamá, para assumir interinamente os destinos do país até à realização das eleições presidenciais, marcadas para 24 de novembro.
"Nós não podemos, em circunstância alguma, relaxar perante a subversão da ordem constitucional e perante a atuação do Presidente da República, que não quer reconhecer os resultados eleitorais", disse o ativista. "Nós vimos no artigo 71 da Constituição, alínea 2, que, no caso do impedimento do Presidente da República, havendo a caducidade do seu mandato, é o presidente da Assembleia quem deve assumir as funções de Presidente interino. É essa exigência que vamos fazer na segunda-feira», refere Sana Conté citado pela DW-África.
Rispito.com/A Semana, 22-06-2019
A semana é um semanario proximo do Paicv que é amigo do paigc .
ResponderEliminarda guiné se inventou muitas mentiras, mas por favor não imiscuem outros Países nessa porqueria pois, quem conhece a forma de intervenção dos Orgão de comunicação Caboverdiana não acreditaria na veracidade dessa publicação.
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