segunda-feira, 1 de julho de 2019

Jorge Carlos Fonseca "com muita atenção" e "preocupação" impasse na Guiné-Bissau

Image result for jorge carlos fonsecaO Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, também presidente em exercício da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse que está acompanhar "com muita atenção" e "preocupação" o impasse político na Guiné-Bissau.

Em declarações à Inforpress, à margem do Festival-Literatura Mundo, na ilha do Sal, o chefe de Estado cabo-verdiano disse ter "alguma prudência" em tecer comentários e análises, preferindo a "troca de informações com responsáveis dos países membros da Comunidade", bem como a "articulação dessas posições".

Jorge Carlos Fonseca disse esperar que a "sabedoria dos guineenses", que se tem revelado, "particularmente nos últimos tempos, apesar das dificuldades", mantenha o país "na tranquilidade e nas dinâmicas democráticas".
"Esperemos que as autoridades guineenses, todas elas, possam, com base na Constituição vigente no país e nos compromissos internacionais, encontrar soluções que vão de encontro às aspirações dos guineenses, que são aspirações à estabilidade institucional e à paz", afirmou.

O chefe de Estado disse ainda que prefere manter contactos com os seus homólogos lusófonos, a ter que fazer declarações que, de alguma maneira, possam "atirar achas para a fogueira".

A crise política continua na Guiné-Bissau depois de José Mário Vaz ter recusado por duas vezes nomear para o cargo de primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, presidente do PAIGC, partido mais votado nas eleições de 10 de março.

O vencedor das eleições acabou por indicar Aristides Gomes, nome aceite pelo Presidente, que, no entanto, não nomeou o Governo indicado pelo novo primeiro-ministro até ao dia 23 de junho, violando assim o prazo estipulado pela CEDEAO para o fazer.

Na quinta-feira, a maioria dos deputados da Assembleia Nacional Popular (parlamento do país) aprovou uma resolução que determina a cessação imediata das funções constitucionais do Presidente da República e a sua substituição no cargo pelo presidente do parlamento.

Num discurso proferido sábado durante a cimeira, o Presidente guineense pediu à CEDEAO para tomar uma posição clara e realista em relação à sua continuidade como chefe de Estado guineense.

Em resposta, a CEDEAO ordenou que o novo Governo da Guiné-Bissau tome posse até 03 de julho e que o Presidente José Mário Vaz permaneça em funções até à eleição de um novo chefe de Estado, o que está previsto para 24 de novembro.
Rispito.com/DN, 01-07-2019

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