quarta-feira, 30 de outubro de 2019

José Mario Vaz demitiu o governo para impedir eleições - EL PAÍS

Image result for el paisA Comunidade dos Estados da África Ocidental, que mantém uma força de manutenção da paz no país, descreve o decreto presidencial como ilegal e mostra seu apoio ao Executivo.
O presidente da Guiné-Bissau, José Mario Vaz, demitiu nesta segunda-feira por decreto a todo o governo e nomeou horas depois o novo primeiro-ministro Faustino Fudut Imbali, três semanas antes das eleições presidenciais e um pouco mais para este pequeno país. Africano de menos de dois milhões de habitantes na grave crise política que sofre há quatro anos. O executivo, no entanto, não reconhece o decreto assinado pelo chefe de estado e todos os seus membros passaram a trabalhar nesta terça-feira. A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reagiu, chamando o decreto presidencial de "ilegal" e mostrando seu total apoio ao governo.

Image result for JOSE MARIO VAZ guinea bissauEm 23 de outubro, o próprio primeiro ministro, Aristides Gomes, denunciou publicamente a existência de um plano para executar um golpe de estado destinado a impedir a realização de eleições presidenciais, agendadas para 24 de novembro. Esta é precisamente a intenção do Presidente Vaz, que assiste a tais eleições como independentes, mas abriga o sério medo de ser derrotado por seu grande rival político, Domingos Simões Pereira, líder do histórico Partido Africano pela Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). . Outro presidente africano que resiste à marcha e está disposto a torcer a lei para permanecer no cargo.

O país também está dividido entre aqueles que apóiam o PAIGC, que obteve 54 dos 102 assentos na legislatura de março e controla o Parlamento e o Governo, e eles querem uma eleição presidencial em novembro para sair do bloqueio político que o país está passando, por um por outro lado, e por outro lado, aqueles que apóiam Vaz, cujo mandato já foi concluído e prorrogado, e exigem um novo atraso eleitoral, alegando irregularidades no censo. No sábado, este último demonstrou em Bissau, a capital do país, e houve uma morte em circunstâncias estranhas. O atual presidente pretende economizar tempo e colocar um governo propenso a seus interesses, que controla o processo eleitoral, o que lhe permitiria repetir o mandato para um segundo mandato.

O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, garantiu à Lusa na terça-feira que o referido decreto "foi assinado pelo candidato José Mario Vaz e não pelo presidente". Na sua opinião, ele está de serviço após o término do mandato em 23 de junho e foi prorrogado pelo acordo alcançado no âmbito da CEDEAO, com a única intenção de chegar às presidenciais. Portanto, ele considera que Vaz não tem autoridade para demitir o governo.

A CEDEAO não demorou a reagir. O órgão que mais defendeu a realização de eleições e o respeito ao calendário eleitoral e que mantém no país uma força composta por cerca de 500 policiais e soldados da Costa do Marfim, Nigéria, Senegal e Togo emitiram uma declaração na qual ele descreve o decreto presidencial como "ilegal" e mostra todo o seu apoio ao governo liderado por Aristides Gomes. Nesta manhã de terça-feira, as ruas de Bissau estavam silenciosas e não houve movimentos entre os militares bisauguinenses, a outra chave em um país que sofreu duas guerras e quatro golpes nos últimos 40 anos.

O governo português já manifestou, através do ministro das Relações Exteriores, Augusto Santos Silva, "muita preocupação" com a situação na Guiné-Bissau. "Isso nada impede a realização das eleições presidenciais", disse o ministro a jornalistas na terça-feira em Bruxelas. "A posição de Portugal é totalmente clara", acrescentou, e é "que há estabilidade".

Os cidadãos são os que mais sofrem com esse impasse. A situação de instabilidade e o bloqueio político favoreceram um enorme aumento na percepção de corrupção, de acordo com a Transparency International, que a colocou em 173 dos 179 países em 2018. As altas taxas de pobreza e o colapso do estado favoreceram que o país Torna-se um paraíso para os traficantes colombianos, uma atividade ilegal na qual oficiais, militares e empresários estiveram envolvidos. O tráfico ilegal de madeira é outro dos prós

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