Partidos e candidatos insatisfeitos com encontro com missão internacional
Os partidos guineenses com representação parlamentar e candidatos manifestaram-se insatisfeitos com a reunião com a missão conjunta internacional que está no país para avaliar a preparação das eleições presidenciais, marcadas para 24 de Novembro, porque não foram ouvidos.
"A missão conjunta decidiu apenas anunciar as decisões que foram tomadas pelos chefes de Estado. Temos de ir a eleições no dia 24 de Novembro de 2019, de maneira ordeira, e como pequenos soldados. Não tivemos direito à palavra e a reunião acabou", afirmou aos jornalistas Idrissa Dajló, líder do Partido Unidade Nacional e candidato às eleições presidenciais.
A missão, que inclui a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), União Africana (UA), Nações Unidas (ONU) e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), chegou a Bissau no domingo, mas apenas segunda feira iniciou os contactos com as autoridades guineenses.
Nadeem Cabral de Almada, um outro candidato às presidenciais, disse que o encontro serviu para explicar o "roteiro até às eleições e não deu oportunidade às pessoas para falarem".
"Para nós, o mais importante é respeitar a lei da Guiné-Bissau e não o que as outras pessoas vêm dizer à Guiné-Bissau. Esta é a nossa posição. Nós, como guineenses, pensamos que quando não há consenso, temos de respeitar a lei da Guiné-Bissau", salientou.
Aos jornalistas, o porta-voz do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), Gibril Baldé, disse que esteve duas horas e meia à espera e que quando a missão chegou "despejaram o que tinham a dizer e não deixaram ninguém falar".
"Foi uma reunião informativa em como estão cá no âmbito do acompanhamento do processo, que tiveram encontros com as diferentes autoridades e vieram com instruções claras das suas respetivas organizações", explicou, por seu lado, Califa Seidi, líder parlamentar do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Segundo o deputado, todas aquelas organizações estão determinadas em apoiar a Guiné-Bissau para que as eleições se realizem em 24 de Novembro e a segunda volta, caso seja necessário, em 29 de Dezembro.
Rispito.com/Lusa, 09-10-2019
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