A guerra silenciosa na Presidência Nova Maioria e Governo
Cada vez mais frequente
são os rumores que
apontam para um
desentendimento entre
os elementos da nova
maioria parlamentar,
mas oficialmente
ninguém aceita dar e ninguém desmente que
está em curso uma
silenciosa discordância na
Presidência, nova
maioria e Governo.
As dúvidas sobre
continuidade de Nuno
Nabian como primeiro-ministro (PM), a fraca
inuência de Braima
Camará perante as
instituições e face ao
presidente Umaro
Sissoco Embaló, a
decisão de Sisssoco
Embaló em propor a
integração do PAIGC no
Governo e a recusa do
PRS ao projecto de
Constituição de Umaro
Sissoco Embaló, são
elementos que
sustentam os indícios
discordâncias,
diferendos e crise.
A presidência, governo e
partidos que constituem
os alicerces da nova
maioria, comunicam-se
com reservas, cada uma
das partes receia ser
vítimas dos seus aliados,
e o sentimento de
governarem no fio de uma navalha é cada vez mais persistente.
A nova maioria persiste,
mas é agora constituída
de várias versões de
novas maiorias segundo
a óptica de cada líder.
Também Umaro Sissoco
Embaló tem a sua visão
do que poderá ser uma
nova na nova maioria.
A remodelação
governamental, várias
vezes adiada, irá definir
os novos poderes e
xadrez da nova maioria
bem como poderá
definir a
consubstanciação de
uma “nova nova maioria”
com Umaro Sissoco
Embaló a liderar, que
será a ante-câmara da
armação do sistema
presidencialista num
ambiente ainda regido
por um
semipresidencialismo
moribundo.
O convite ao PAIGC para
integrar o Governo
sugere ser uma iniciativa
unilateral de Umaro
Sissoco Embaló. Uma
intenção estratégica que
está a dividir os os apoiante do chefe de estado que não escondem que a
intenção do Presidente
da República “está
certa”. Nelson Moreira,
vice-líder da bancada
parlamentar do MADEM
disse a 3 de Outubro que
apoia a integração do
PAIGC no Governo, por
esta ser a única forma de
garantir a estabilidade
governativa e permitir a
execução de algumas
politicas do Chefe de
Estado.
Apesar de algumas
posições favoráveis, a
hipótese de integração
do PAIGC no governo
tem a maior oposição no
interior deste partido
que acabou por
condicionar a entrada no
Governo com a
exigência de liderar o
executivo, tendo em
conta que foi o partido
mais votado nas eleições
legislativas de 2019.
Quanto ao PRS tem
centrado a sua
resistência no Projecto
de revisão
Constitucional da
Comissão idealizada por manifestada na recente
Conferência
Internacional, que os
Renovadores
organizaram por ocasião
das comemorações de
24 de Setembro, Dia da
Independência.
Com o tema
“Importância da Revisão
Constitucional e a sua
Pertinência”, os oradores
convidados pelo PRS
concluíram que, o
projecto apresentado
pela Comissão criada
por Umaro Sissoco
Embaló não comporta
todos os elementos
necessários. Jorge
Bacelar Gouveia,
constitucionalista
português convidado
para abordar o tema,
“desaconselhou” a
mudança do Regime
Político e sustentou que
o semipresidencialismo
está adequado à
realidade do país. Na
opinião deste
constitucionalista, a
opção deveria ser a
revisão pontual de
alguns artigo.
Umaro Sissoco Embaló,
é todavia o ponto
considerado mais grave
e juridicamente
complexo a defender. O
Presidente da República
não tem poderes de
iniciativa Constitucional,
pelo que não tem a
aderência nem do
Parlamento e muito
menos de alguns
partidos.
Terá sido com a intenção firme de viabilizar a sua
revisão Constitucional
que levou Umaro
Siossoco a apostar na
integração do PAIGC no
governo, e assim
negociar obter a maioria
de 2/3 dos deputados da
Assembleia, necessários
para aprovar uma nova
Constituição. No
entanto, Domingos
Simões Pereira, líder dos
Libertadores, já foi
peremptório
considerando que o
projecto de revisão
constitucional é “uma
proposta que não
existe”, não dando
hipóteses a qualquer negociação com esta base.
Cada vez mais sentido
nos corredores do poder
é Bissau, que também
sustentam o
desentendimento
crescente entre os
ideólogos e lideres da
nova maioria, são as
supostas as fricções
entre o Presidente da
República, Umaro
Sissoco Embaló e o
Coordenador do
Movimento da
Alternância
Democrática (MADEM),
Braima Camará, que
publicamente
permanece em silêncio.
Se na verdade não
existem quaisquer
trocas de acusações ou
choques públicos entre
os dois, não é menos
verdade que os seus
activistas têm levantado
o véu da existência de
uma real crise. O
primeiro indício foi “Doka Internacional”.
O blogger, que até Maio
de 2020 agia como
promotor de Sissoco
Embaló e Braima
Camará, tornou-se num
denunciante e severo
crítico contra o actual
poder, devido a uma
alegada “traição” de que
terá sido alvo por parte
do Presidente e do líder
do MADEM, bem como
dos seus acólitos.
Sissoco Embaló é o alvo
privilegiado destes
ataques. “Doka
Internacional” alega que
o presidente utiliza a
ministra dos Negócios
Estrangeiros, Suzi
Barbosa, como “uma das
pessoas” para o
perseguir. O mesmo
arma também que
Braima Camará está
igualmente revoltado,
depois de ter
compreendido que foi
usado por Sissoco
Embaló na guerra contra
Domingos Simões
Pereira, eventuais divergências.
Os chamados activistas,
jovens apoiantes de
Sissoco Embaló e Braima
Camará, muito activos
nas redes sociais, estão
neste momento num
violento duelo virtual e
confronto público sem
tréguas através das suas
páginas. Um bloco
defende Umaro Sissoco
Embaló e outro apoia
indefectivelmente
Braima Camará.
Os motivos da crise
estarão ligados a uma
suposta resistência de
Umaro Sissoco Embaló
de não ser tratado, ou
controlado, por Braima
Camará como terá
acontecido com o antigo
presidente José Mário
Mário Vaz (Jomav).
Umaro Sissoco Embaló
não quer ser referido em
moldes semelhantes
como aconteceu durante
a campanha das
legislativas de 2019, em
Braima Camará disse
publicamente no
Canchungo (um dos
sectores da região natal Mário Vaz todas as
pessoas por este
nomeadas.
Não esquecendo este
episódio, Umaro Sissoco
Embaló decidiu resistir a
essas tentativas, pondo
um travão no
protagonismo do
Coordenador do
MADEM.
A pouca visibilidade de
Braima Camará está a
ser encarada por alguns
como a “falta de
reconhecimento” do
importante papel e
trabalho que levou a
cabo nas eleições
legislativas e
particularmente nas
eleições presidenciais.
Mais discretamente as
dissonâncias entre
Umaro Sissoco Embaló e
Braima Camará
acentuaram-se durante
a comemoração do Dia
da Independência.
Rispito.com/e-Global, 05/10./2020
Conta gora cantu que pagau pa es mentira .
ResponderEliminarQuando a fumaça esvoa, o fogo espreita.
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