quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Ébola: Guiné-Bissau já está a atualizar plano de prevenção devido a surto na Guiné-Conacri

O coordenador do Centro de Operações de Emergências de Saúde da Guiné-Bissau disse à Lusa que o plano de resposta ao Ébola, elaborado em 2014, está a ser atualizado devido a um surto na vizinha Guiné-Conacri.

"Já criámos uma comissão para rever o plano que se vai reunir ainda hoje à tarde para elaborar um documento que será levado a Conselho de Ministros para o Governo tomar decisões sobre o que será feito", afirmou Dionísio Kumba.

A Guiné-Bissau foi um dos países notificados pela Organização Mundial da Saúde devido aos surtos de Ébola que apareceram recentemente na República Democrática do Congo e na Guiné-Conacri, país com o qual faz fronteira.

Em 2014, a Guiné-Bissau já tinha um plano de resposta montado devido ao surto de Ébola registado na Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa, que provocou a morte a milhares de pessoas.

O médico guineense manifestou preocupação com a situação, lembrando que o sistema de saúde guineense "é frágil" e que o país está a enfrentar a segunda vaga de covid-19.

Segundo o coordenador do Centro de Operações de Emergências de Saúde da Guiné-Bissau, a estratégia de prevenção, para já, vai passar por controlar as zonas de mais fluxo de pessoas na fronteira.

Apesar de a Guiné-Conacri ter encerrado a fronteira há alguns meses com a Guiné-Bissau, há muitos pontos clandestinos por onde as pessoas entram e acaba por não haver uma "limitação clara".

"Há pontos clandestinos e fragilidades que ninguém controla e neste período que vai começar a campanha de castanha de caju há muita movimentação. Vamos visitar, para ver a zona com maior fluxo de fronteiras para fazer controlos sanitários", afirmou o médico guineense, que não recomenda o encerramento da fronteira.

Dionísio Kumba pretende igualmente iniciar a sensibilização das populações residentes nas zonas fronteiriças com a Guiné-Conacri, sul e leste, sobre o vírus, nomeadamente os mais velhos e os régulos, e vai propor ao Governo que os funerais só sejam realizados com a presença das autoridades sanitárias.

Os sintomas do Ébola são febre alta, vómitos, hemorragia e diarreia e numa fase mais avançada há registo de um conjunto de insuficiências dos órgãos.

"Estes sintomas têm de ser evidenciados para que a população possa perceber e alertar as autoridades sanitárias", disse.

O Ébola é transmitido aos seres humanos através de animais infetados. A transmissão humana ocorre através de fluidos corporais.

O vírus, que provoca febres altas, vómitos e diarreias, foi identificado pela primeira vez em 1976 na República Democrática do Congo (RDCongo) e deve o seu nome a um rio no norte do país, perto do qual teve origem o primeiro surto.

Segundo o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças da União Africana (Africa CDC), foram reportados nos últimos dias 11 casos de Ébola no continente, quatro casos e duas mortes na RDCongo e sete casos e quatro mortes na Guiné-Conacri, onde o surto está circunscrito à província de Nzérékoré.
Rispito.com/RTP Noticias, 18/0.2/2021

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público