quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Militantes do PRS insurgem-se contra a direção do partido

Na Guiné-Bissau, vários militantes do Partido da Renovação Social (PRS) exigem a marcação da data de um congresso, salientando que o mandato da atual direção da formação política expirou.

A direção do partido mantém-se em silêncio e os contestatários afirmam que a formação política "vai mal". Reprovam, sobretudo, o comportamento do partido no atual cenário político e social do país.

O Movimento de Salvação do PRS em Memória de Kumba Ialá, antigo líder do partido, enumerou várias alegadas falhas da direção do grupo político.

O movimento, composto por dirigentes históricos do partido no poder, questiona a não realização do congresso daquela formação política.  E ameaça avançar com a subscrição dos membros dos órgãos do partido para obrigar a marcação da data para a escolha do novo líder.

O porta-voz do grupo contestatário, Alqueia Tambá, critica ainda o papel do partido no país.

"Imagine: um partido que quer,governar não sabe que tem que criar condições para que haja escola, saúde e para que as populações durmam bem nas suas casas”, disse à DW África Tambá para que aponta a ocorrência no país de "raptos e violações dos direitos humanos de todas as formas”.

A direção do Partido da Renovação Social recusou reagir às declarações do Movimento que disse à DW África desconhecer.

Em conversa não gravada um dos vice-presidentes do PRS afirma que as declarações feitas sobre o partido, "só vinculam a quem as proferiu”.

Mas para o analista político, Luís Peti, os contestatários devem ser levados a sério, porque, "o PRS é um partido que está no Governo e tem uma expressão política muito forte”.

Por outro lado, adianta Peti "[o partido] não deve desprezar e nem menosprezar as opiniões e as críticas que vêm de qualquer quadrante que seja, no sentido de melhorar a sua conduta e de poder contribuir ainda mais para o cenário político e governativo do país”.

Congresso suspenso devido à "Covid-19”
O PRS suspendeu a realização do seu sexto congresso, que deveria ter tido lugar entre 16 e 19 de setembro, justificando a decisão com a pandemia da Covid-19 e o Estado de Calamidade em vigor na Guiné-Bissau.

A direção, que entrou em caducidade, está, neste momento, em busca de consenso com os candidatos à liderança do partido para a marcação da nova data do congresso.

O jurista Cabi Sanhá considera que a direção dos "renovadores” está agora com poderes limitados:

"É verdade que os órgãos dirigentes caducos normalmente não devem tomar grandes decisões, decisões de fundo”, diz o jurista.

Mesmo assim, diz Cabi Sanhá "isso não impede que esses órgãos continuem a fazer uma gestão corrente dos assuntos do partido”.

O partido da Renovação Social, que em seis eleições legislativas realizadas na Guiné-Bissau, desde 1994, ganhou uma, partilha a governação do país com o Movimento para Alternância Democrática (MADEM G-15) e Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), no âmbito de uma aliança parlamentar.

Sem comentários:

Enviar um comentário

ATENÇÃO!
Considerando o respeito pala diversidade, e a liberdade individual de opinião, agradeço que os comentários sejam seguidores da ética deontológica de respeito. Em que todas as pronuncias expressas por escrita não sejam viciadas de insultos, de difamações,de injúrias ou de calunias.
Paute num comentário moderado e educado, sob pena de nao sair em público