Brasil oferece à Guiné-Bissau medicamentos contra HIV/SIDA e hepatite B
O Brasil ofereceu hoje à Guiné-Bissau três mil unidades de Tenofovir, medicamento contra HIV/SIDA e Hepatite B crónica, disse à Lusa a secretária-executiva da estrutura do governo que combate aquelas doenças, Fatoumata Diallo.
A responsável assinalou que o país “já estava com falta” daquele medicamento e, a seu pedido, o Brasil “parceiro de há muitos anos” prontificou-se a entregar algumas quantidades, deixando a promessa de que assim que for possível vai mandar mais, disse.
Fatoumata Diallo, que lidera o secretariado nacional de luta contra a SIDA na Guiné-Bissau, enfatizou que o país “tem um número considerável” de doentes com a infeção do HIV do tipo 1 e da hepatite B crónica.
“O Tenofovir é o melhor fármaco para tratar as duas doenças”, notou Diallo, sublinhando que mais medicamentos são combinados no tratamento das duas doenças.
Quanto ao ponto de situação do combate ao HIV/SIDA na Guiné-Bissau, a responsável referiu que desde 2020 que o país tem tido dificuldades, nomeadamente alguns medicamentos que perderam o prazo de validade, fraca adesão de pacientes aos centros de saúde devido à pandemia de covid-19 e às greves no setor.
Fatoumata Diallo acredita que toda esta situação motivou o aumento de transmissão vertical da doença, de mãe para filho, a partir do momento em que parou ou diminuiu o rastreio às grávidas e de pessoas em seguimento.
Diallo não vê como “grande feito” os dados que apontam que a taxa de prevalência de HIV/SIDA na Guiné-Bissau diminuiu de 3% para 2,8% atualmente.
“Para nós isso pode significar que há mais pessoas a morrer por causa da doença”, destacou.
Fatoumata Diallo voltou a apelar para que o país dispense mais recursos para o combate à doença que disse afetar mais mulheres e crianças.
“VIH/SIDA é a única patologia cujo combate é subvencionada pelos parceiros internacionais e no dia em que essa subvenção parar vamos ter uma situação terrível no país”, observou a médica formada no Brasil.
Além de o Estado assumir a subvenção da luta contra a doença, Fatoumata Diallo defende ainda a necessidade de a Guiné-Bissau trabalhar mais na sensibilização e comunicação “para acabar com os tabus e mitos”, notou.
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